quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Não me lembro quando foi que começou. Só sei que desde que me entendo por gente vivo em meio a personagens. No começo eram os meus amigos invisíveis. Que viraram fruto dos meus sonhos. E posteriormente habitantes dos meus devaneios.
O fato é que estão todos sempre por aqui. E é curioso pois todos eles tem rosto, lenço, documento. É como se tivesse vida própria. Uma vida criada, moldada e limitada única e exclusivamente por mim. E assim eu tenho um mundo incrível todo em minhas mãos. Um mundo em que só depende de mim a felicidade de todos aqueles a que eu passo horas observando.
E agora todos me olham, todos me assistem pois parece que eu finalmente cruzei a linha. Eu passei dos limites, passei do meu limite.
E com isso eu percebi que os amores da minha vida não são como os meus personagens. E que não basta eu colocar-lhes o óbvio na cabeça e então eles trilharão um caminho menos dolorosos para todos. Os amores da minha vida não são como os meus personagens. Pois não basta dar-lhes o melhor que há de mim. E eu grito com eles. E eu digo que esse não é o melhor caminho das pedras. E eu aceno, eu me pareço muito frenética e desesperada agora. Eu pareço exatamente com o que eu evito ser. Eu pareço definitivamente ter perdido o controle.

Que digno fim de festa aquele. Nós sentados na calçada, eu desolada, murmurando um poema qualquer.
¿E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou...¿
E eu disse que se pudesse eu morreria.
E ela retrucou: ¿...você não morre, você é duro!¿
E ela agora me arrasta em frente. Pois é o que se há a fazer. E nós sabemos disso. Mas ela sabe melhor que ninguém, pois quem unicamente no mundo é mais sentimental que eu? Ela é.

E essa noite eu não dormi. Minha mãe tossia muito, maldita gripe. Mas se ela não tossisse, eu não dormiria da mesma forma. Seria indigno dormir. Eu permaneci deitada, estática. E eu só me levantei para arrancar aquela foto do meu quadro. Pois eu não poderia olhar pra¿gente, não essa noite.

E eu nunca vi ninguém chorar daquela maneira. E o meu sobressalto foi imenso, pois eu nunca te vejo chorar. E você chorava como se dessa forma o mundo fosse acabar, em lágrimas. E eu sentia você no meu ombro. E você tremia. E por momentos eu pensava que os meus joelhos cederiam, e que nós desmoronaríamos ao chão como tudo mais desmoronou ontem a noite. E eu nunca vi ninguém chorar assim. Sobretudo, eu não estava acostumada a te ver chorar. Não na daquela forma explícita.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Eu gostaria de me sentir menos vazia por um espaço de tempo um pouco maior que este.
Eu gostaria que as entrelinhas não me estapeassem o rosto tentando me convencer daquilo que eu já estou cansada de saber.
Esse racionalismo com que às vezes eu tento viver é por demais utópico.
Eu tenho me guiar pelo meu cérebro. Eu tento seguir pelo caminho que parece mais calmo e sereno. Mas há uma coisa que me puxa pra trás. Que me puxa pra baixo.
E eu já não posso controlar o que eu sinto. Eu já não sei direito o que é razão.
Eu olho pra todos os lados e por todos, eu estou cercada de pessoas. Elas não só me cercam. Elas me tocam. Elas me olham. Elas me tentam. Algumas sorriem. Mas nenhuma delas parece disposta a me impedir de continuar caindo.
E elas não falam comigo. Me deixam as entrelinhas. As entrelinhas. E eu me pergunto: porque me importo? São só pessoas. Mas são só pessoas. E elas me deixam cair. Todas elas. Sem saber. E eu caio. E caio. E não sei até quando. Só sei que caio.
E eu já me cansei de tentar criar novas asas. Porque nada parece funcionar como deveria.
Tudo está quebrado.
Eu estou...

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Primavera, Verão, Outono e Inverno. Tive um ano em três meses.
De que mundo eu vim? Não descobri ainda, só sei que é um mundo menor que esse. Um ano em três meses? Um ano em que eu passei boa parte arrastando a minha cadeira para trás para assistir a infinitos por do sol.



O coração da gente é um bicho estranho. Lembro-me de junho... daquele sombrio mês que se seguiu. E então de agosto. Quando eu fui lá e fiz o que eu achava impossível poder fazer. Veio então uma espécie de alívio misturado com tristeza. - Faz poucos dias e um amigo me lembrou do que foi aquela tarde de algum dia pouco de Agosto. Em que após fazer o que devia que ser feito eu desci daquele ônibus e me sentei estática no Café da Locadora Popular. Eu não podia falar. Mas eu precisava. Por isso quinze minutos mais tarde eu me encontrava na frente do computador conversando por palavras escritas com uma garota que eu acabara de conhecer (isso é, uma semana antes).
Pessoas entram e saem da vida da gente. E nunca sabemos quais delas serão importantes ou como isso acontecerá. Aquela garota, com que eu conversava naquela tarde por msn, bom, ela se tornaria muito importante e naquele momento eu não podia prever isso. O amigo que me veio me lembrar desse causo, ainda não era, digamos, um amigo. Mas ele se preocupou comigo naquela tarde. E ao me ver perdida em algum ponto sombrio da minha mente ele tentou me trazer de volta. É um bom amigo, ele.
Eu não esperava que acontecesse de novo. Essa coisa de amar alguém. Mas aconteceu. E nem demorou. E foi nesse formato mínimo de tempo: Esse três meses. E cá estava eu de novo, na mesma situação de junho. Eu sabia o que tinha que fazer, mas sabia também que não voltaria atrás se o fizesse. Por isso falhava-me a coragem.
Eu fui atrás, propensa a falhar, mas fui. E quando lhe vi fugindo de mim eu entendi. Tudo que houve, e tudo o que há entre nós é muito grande pra ser gasto com aquele nosso relacionamento complexo e confuso. Então o mais sensato era mesmo por um fim, um ponto final. Porque? Depois de um ponto final há sempre uma nova frase. Coordenada, Subordinada, Assindética? Quem se importa. Isso é só um porém. O que importa é que concluindo isso veio o fim e com ele um alívio, mas um alívio. Um alívio tão puro e somente alívio que a princípio eu não acreditei. E eu simplesmente não consegui me entristecer.
E então, com o alívio, eu me senti livre novamente e lá estava ela. Aquela sensação de possibilidade.
Você involuntariamente me fez perceber que a estrada vai além do que se vê. E eu vou por ela. E sinceramente? Eu não tenho a mínima idéia de para onde eu estou indo. Só sei que eu vou. E isso basta.

E que o mundo gire!


É, e eu sei, físicos também sabem escrever não é?

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Poemas da Julia...

O TEATRO DO TEMPO


Ouço o tic-tac do relógio e ele enchendo o ar
Ressonando como uma triste canção
E o que é ele, senão a nossa própria orquestra?
Sobretudo ele não está inscrito no cartaz.

Presencio auroras e crepúsculos inexistentes
Todos eles me remetem à você.
Enquanto isso o tempo passa
E me arrasta em seu arrastar
Rumo à próxima cena de que não irei participar.

Me canso de assistir ao urdimento
Em nosso palco vazio e silencioso
Mostra-se criatura frígida e indiferente
Tecendo com seu tempo um abismo oco em mim.

É só o silêncio que precede a salva de palmas?
É o cérebro processando a aprovação?
Ou a expectativa que se esqueceu de encher o ar?
Quando é a minha hora de atuar?
Não vejo lugar ou papel que me caiba,
A menos que o tenha guardado para o final.
Ou será isso só mais um monólogo?

Eu posso brincar de Jack e Sally com você
Se desejar
Serei a sua boneca de trapos
Vivendo em um mundo sombrio (cheio desse tempo)
E nós não precisaremos de natais ou Halloweens

E se o tempo for só um Arlequim inconseqüente
Vindo lentamente destinado a te levar de mim
Talvez você prefira um final mais trágico
Então eu poderei me enforcar em suas tranças se você
[quiser.

Eu me distraio, perdendo o ritmo da contra-regragem
Volto-me à nossa commedia dell'arte
Ainda sem saber qual o meu papel
A princípio é só o palco vazio
Mas lá está você, em meio aos confetes
E a senhora inconstância dando-me tempo
Pra perguntar-me: É só parte do seu ato
Ou um ensaio pra fazer de mim só mais um Pierrot?





Só uma observação: tou de fotolog agora. Quem quizer dar uma olhada: www.fotolog.net/jujuba_vermelha_

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Não sei bem o porque dá música. Quero dizer, eu acho que sei, sim, bem porque.
Hoje deu vontade de escutar Blink. E eu sempre gostei da letra dessa música em específico. E hoje sei lá, eu sei que ela cai bem.
Porque venham todos e tentem me fazer feliz por mais de duas horas. Me levem pra sair... me distrair... Tentem me mostrar que há sentido na vida além do sentido que ela tem pra mim agora. Me digam que não vale a pena me entristecer. Que no meu caso é só o tempo passar. Tentem me impedir de dizer isso... o fato é que se eu não dissesse eu ainda sentiria... e eu sinto sua falta.

I Miss You
(Blink 182)

Hello there, the angel from my nightmare
The shadow in the background of the morge
The unsuspecting victim of darkness in the valley
We can live like Jack and Sally if we want
Where you can always find me
We`ll have Halloween on Christmas
And in the night we`ll wish this never ends
We`ll wish this never ends

I miss you
Where are you and I`m so sorry
I cannot sleep I cannot dream tonight
I need somebody and always
This sick strange darkness
Comes creeping on so haunting every time
And as I stared I counted
Webs from all the spiders
Catching things and eating their insides
Like indecision to call you
and hear your voice of treason
Will you come home and stop this pain tonight
Stop this pain tonight

Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head (I miss you I miss you)

Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)

terça-feira, 8 de novembro de 2005

¿Deixe que o vento toque sua alma...¿
Não me lembro onde li essa frase a primeira vez. Eu tinha treze, quatorze anos? Quatorze. Lembro exato pois foi quando me descobri um ser pensador. Havia um trabalho de Português para o fim de ano: um livro ilustrado sobre nossas vidas até aquele momento. Encerrei o meu com essa frase.
E hoje, mais de dois anos depois eu me deparo com a frase novamente. Com ela e com todo esse encanto por trás das palavras e a capacidade que elas têm de criar e recriar o seu próprio sentido.
Penso sobre a vida. Penso sobre o tempo. Penso no destino e no sentido da vida. E me pergunto em que momento eu me esqueci de que o maior objetivo da minha vida era ser livre.
E não sei exatamente o que me fez concluir isso, mas o ¿ser livre¿ não consiste em ir contra as tendências. Mas seguir a vida, ou melhor, seguir pela vida pronta para o que der e vier.
Nunca diga nunca.
Nunca feche as portas.
Nunca creia que sua opinião é permanente.
Os dias mudam. Tornam noites.
Primavera vira verão, que vira outono, que vira inverno que vira primavera de novo.
A natureza vive em constante mudança. Os animais, as plantas os seres humanos, todos eles se modificam, evoluem. O universo continua em expansão. As galáxias continuam colidindo elasticamente, os cometas modificando suas órbitas. E por mais que todos os exemplos sejam por demais relativos, isso é a vida: A soma de tempo à relatividade.
Somos todos vulneráveis às mudanças e não há nada que possamos fazer por isso.

¿Deixe que o vento toque sua alma¿ e não tenha medo de errar. Não há nada mais gratificante do que reconhecer seus erros e saber voltar atrás.
E o meu erro foi ter certezas.
Por isso volto atrás e deixo-as todas.
Pergunta-me como viver sem certezas? Vivo apenas sabendo: Eu gosto de pessoas... E eu sei que sou capaz de amá-las, seja quem forem, e isso basta.


Eu não sei como será o amanhã. Não sei quem serei eu amanhã. Não sei nem se estarei aqui, nessa cidade. Eu só sei de mim no agora, e agora eu sou alguém que se conhece um pouco mais.
E só por hoje eu digo que ainda te amo. E do amanhã eu já não sei.






Estão vendo todos esses alunos das fotos, que parecem fortes, eternos? Estão todos mortos. Carpe Diem...


E seja feliz.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Só por hoje eu não cantarei o amor.
Pois só por hoje eu acredito que ele não existe, que é pura ilusão.
Só por hoje eu não sorrirei,
E se por acaso eu o fizer, será com a boca e não com os olhos ou com a alma.
Só por hoje eu não mais te olharei,
Pois eu sei que por hoje eu não encontrarei em você aquela sensação de felicidade.
Só por hoje eu serei alguém triste. E eu chorarei um choro seco e silencioso em algum canto desse mundo.
Só por hoje eu não conseguirei dormir, e ao ver o sol nascendo eu me sentirei oca. Só por hoje eu me perguntarei de que vale a beleza
Só por hoje eu me perguntarei o que foi que eu fiz mesmo sabendo bem que eu não fiz nada.
Só por hoje eu serei um poeta suicida que anseia à morte mais que à vida. E eu sentirei ódio ao me olhar no espelho enquanto me pergunto se vale a pena nascer pra ser só mais um gauche no mundo.
Só por hoje eu não cantarei o amor, e assim hoje eu serei muito menos eu do que costumas ver. E talvez em algum momento do dia eu te odeie, só por um momento.
E quando a noite chegar eu desejarei que o amanhã não venha por já estar cansada de suas incertezas.
Mas eu sei que o dia de hoje é uma bobagem, todo em vão. E amanhã eu ainda te amarei.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Tá... Eu já falei que eu amo vocês? Pois é. Se já falei repito. Eu amo.
Estava eu aqui, afundada na tristeza sofrendo por um futuro não tão próximo que ném é tão certo quando vocês me deixam de queixo no chão e me lembram de que a vida não para. Mesmo porque esse sentido que ela tomou no caso de vocês foi bem, digamos, interessante.
Sim. Me alegrei. E no pior dos destinos eu não vou ter mais que subir morro na vida. E sobre a claridade eu compro um óculos escuro.

E pra vocês. Digo só o seguinte.

Feito pra mim. Bom pra você. Deixa mudar e confundir.
Deixa de lado o que se diz. Tem no mercado é só pedir!...
Me faz chorar e é feito pra rir...



Linhas tortas...sim! linhas tortas e noites chuvosas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

O que está acontecendo que eu não sei?
Acho que estou me tornando melancólica novamente. E isso agora me assusta. Eu saí do escuro um dia e, de volta, já não consigo mais me encontrar nele.
E eu sempre sei que mais cedo ou mais tarde isso volta. Só que dessa vez eu esperava contar com seu aninho e agora que a tristeza invadiu não consigo te encontrar.
Pode me dar um abraço forte agora. Mas quando é o agora? Ele ta demorando e isso dói.
¿Cadê você além de aqui dentro de mim?¿
Te procurei por toda parte e não achei.
Por onde você anda? Já não consigo não me perguntar se você foi embora ou se vai voltar.
Não faz as coisas dessa forma.
Volta... ou Fica...
(Dialogue.)
Não faz assim, não vá pra lá, meu coração vai se entregar à tempestade.

segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Sobre a chuva e os vícios.

Vai chover de novo,
deu na tv que o povo já se cansou de tanto o céu desabar,
E pede a um santo daqui que reza a ajuda de Deus,
mas nada pode fazer se a chuva quer é trazer você pra mim,

Vem cá que tá me dando uma vontade de chorar,
Não faz assim, não vá pra lá, meu coração vai se entregar à tempestade

(Santa Chuva ¿ Los Hermanos)


Dia nublado e essa bendita TPM que apareceu só pra cutucar os meus demônios.
Srta. Insegurança.
Sr. Pessimismo.
Pra que personifica-los? Mania, também. Emendo chamando-os de mocinho e assim - a quem faz parte da minha rotina - fica o sarcasmo, as secas abstinências de comentários e os ¿não¿ afirmativos com som de mista negação e indagação.

I´m only happy when it rains
I´m only happy when it´s complicated


Não!

Tento me convencer de que não é isso. Mas esse pessimismo maldito me parece um vício. Sim. Um vício do qual não consigo me livrar a longo prazo. Passo dias, semanas radiante, mas basta um dia chuvoso pra me jogar de novo àquele breu.
E não há motivos. E se há, são eles simplórios e insignificantes. Mas isto é o vício. Uma coisa que fica quieta, dentro da gente, esperando a menor brecha para se libertar. Creio que por um instante tolo novamente lhe imaginei escapando por entre os meus dedos e isso foi o empurrão que me separava do abismo.

****

Dia das Bruxas. Lembro-me dessa data, um ano atrás. Naquela época me encontrava ainda estática por aquela tão nova liberdade. Tão aérea que nem pude imaginar que daí a cinco dias o mundinho no qual eu vinha me aprisionando cairia.
E, sinto-me cruel ao concluir, ainda bem que tudo desabou e eu pude voltar.
Sexta estive vendo algumas fotos do show do Los Hermanos e ao reconhecer pessoas de ELM senti algo estranho que no instante em que veio chamei de Saudade daquela época. Depois, pensando melhor, descobri que na realidade era ¿Saudade de sentir saudades daquela época.¿
Às vezes achamos que não somos capazes, por mais que haja a obrigação, de superar certas coisas.
Enquanto eu tentava esquecer o Cefet eu me via um ano depois daquilo como uma pessoa triste e saudosa. Era como se houvesse essa obrigação: manter-se triste e saudosa, prender-se àquela época. Mas não houve, não há.
O quase um ano que passei lá (Que no meu tempo psicológico ocupa quase um século) me mostraram algumas prioridades da vida, seja lá onde eu estiver. Vão-se os anéis e ficam os dedos.

****

E aqui estou eu, jogada a um canto do meu quarto, trôpega. Sem querer ponderando sobre como seria horrível se estes demônios estivessem certos.

Mas não estão.

Vê? Estou ficando sóbria de novo.
Já posso me levantar e tentar um sorriso livre do desespero.
Minto. Não posso sorrir assim ainda. Resta um embargo no peito. Uma quase infantil vontade de chorar. Chorar por medo. Por um medo vil que é um vício alimentar.

Hoje, parada à porta daquela sala com a letra da nossa música na mão, senti com um ímpeto Pequeno Príncipe de colocar também a minha flor numa redoma de vidro para protegê-la Não dos tigres, mas das correntes de ar.
Tolice a minha.

Sobre deixar de ser tola? Tenho tentado, mas às vezes tenho recaídas. E enquanto não obtenho sucesso definitivo nessa peleja, por favor, Vem cá que me tá me dando uma vontade de chorar.



E talvez eu pudesse chamar o dia de hoje não de Dia das Bruxas, mas de Dia da Tola Julia.
E antes que isso aconteça: Alguém me empresta uma vassoura voadora ou me ensina a aparatar?

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Viagem no fim de semana. Festa de família. Aniversário de um ano de um moleque que eu nem sem quem é. E eu não queria ir. Aliás, eu não quero ir. Depois de discussões no telefone, mensagens desaforadas e o aviso: Eu vou mas sem o direito de reclamações do tipo: Não seja antisocial ou guarde esse livro. Affe! ¿...Mães!¿

Correndo o sério risco de parecer piegas: Eu queria mesmo te roubar esse fim de semana e sumir do mundo levando só você. Aí eu não ia morrer de saudades e de quebra ia poder ficar te olhando por horas e horas... Hum... você sempre fica sem graça? Eu sei. Mas sei lá. Fazer isso (te olhar) é bom... E nem é porque é divertido te ver ficando sem graça... A verdade é que ficar assim, te olhando, trás uma sensação de felicidade. Uma confortante sensação de felicidade que ninguém antes conseguiu me proporcionar.


Eu tenho um monte de coisa pra escrever. Hoje abrir os Meus documentos e achei no mínimo uns nove texto não terminados. Não sei porque não terminei. Quase sempre eu tenho começado a escrever e me distraio com alguma coisa. Eu quero voltar a escrever sempre. Como eu costumava a fazer. Deu vontade de fazer isso daqui voltar realmente a funcionar. Acho que vou arrumar um template novo. Apesar de até agora não encontrar nenhum que me agrade. Mas pra começar vou colocar uma foto. Meu blog é pobre de fotos.


A foto é completamente foda. O Amarante, eu ao lado de pessoas especiais na minha vida, e de fundo 5500 pessoas lotando o Marista Hall.(que agora é Chevrolet Hall mas quem se importa?)

O jeito é eu ir pra casa arrumar minha mala pra bendita viagem.
Saudades... já. (imagina quando chegar o final do fim de semana...)

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

The Blower's Daughter
(Damien Rice)
[Música tema do filme Closer]

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind...my mind...
'Til I find somebody new


O Porque da música?
Porque o filme é muito bom. (Dizem que é do tipo que ou se ama ou se odeia, eu amei) Porque ¿I can¿t take my eyes off...¿ alguém que também gostou do filme e que fica sem graça toda vez que me flagra olhando-a. Mas eu simplesmente não consigo deixar de fazer isso. (And I can´t take my mind off you...)
Enfim, eu pretendia postar algo mais consistente, mas Sábado tem Show do Los Hermanos e a minha expectativa não tem me deixado concentrar para escrever.
Nha...

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Início de 4º. Bimestre. Recebendo os testões corrigidos, a soma das notas. Blá Blá Blá Blá. E três vivas à ociosa rotina!
Três vivas à Física! Três Vivas à Geometria e à Literatura! Nenhum viva à Química. Bah! Pare Julia! Não venha com seus papos Nerds e suas notas... guarde-os para você. Ou simplesmente jogue-os fora.
Tem exatamente uma hora e meia que estou tentando escrever algo para postar. Mas tenho sofrido de um problema chamado: ¿Quando consigo escrever a internet não funciona, quando a internet funciona não consigo escrever.¿ A solução pra esse problema? Um texto que escrevi terça passada.

*****
(27/09/05)
Azul! Eu queria olhar pro céu agora e ver um pedaço bem azul. Tão azul quanto o azul mais azul do mundo.
...e viva o exagero!
Falando em azul, eu tenho um livro chamado ¿Julia toda azul¿. Ganhei quando pequena porque além de me chamar Julia, eu amava azul (ganhei minha primeira camisa do Cruzeiro por isso...).
Mas como dizia, eu queria que o céu estivesse azul e não nublado e cinzento como está. A primavera já chegou faz alguns dias e hoje está tão frio quanto o pleno inverno.
Não que eu não goste de frio, pelo contrário. Mas a primavera não é como o verão, quando eu passo os dias rezando para que alguma coisa paranormal transforme o mormaço em uma massa de ar frio.
Não! Eu não quero que faça frio. Porque o frio me faria querer te levar pra longe daqui. ¿Prum¿ lugar só nosso. E isso, mesmo sem frio, já virou um pequeno demônio que fica me tentando. E o pior é que talvez eu seja tola por resistir.
Mas você vai ver. Um dia - talvez distante, talvez não ¿ eu ainda perco de vez o juízo e te roubo dessa rotina. Falta coragem. Eu continuo sendo a mocinha tímida que de hora em hora tem um lapso de consciência e ruboriza por sentir-se piegas. ( ¿Quem é mais sentimental que eu?¿)
Sim! Eu sei, seu sei! No fim essa coisa de amor sempre soa de forma burlesca. Mas eu continuo à favor do: ¿Se for ser, que seja direito. Se for fazer, que faça bem feito.¿
E eu queria que o céu estivesse azul. E quando eu for velha e me mudar pro alto de uma montanha onde vente e faça frio, eu quero ter à porta de casa um Ipê amarelo.
Daí, quando a primavera chegar, por mais que os dias sejam nublados ele estará lá, carregado de flores amarelo vivo como que gritando: Anime-se! A primavera chegou!
E o que é a primavera? É aquele período em que você se perde olhando algo bonito; (¿Você é tão bonita de se admirar, tão bonita...¿) e todo o inverno que passou não significa nada perante aquela beleza entorpecente.
E quando a primavera passar e as flores do meu ipê amarelo caírem ao chão serão como os confetes pisoteados espalhados pelo piso de um salão ao fim do carnaval. Será uma cena triste, mas todo carnaval tem seu fim.
E enquanto a primavera durar, deixa eu brincar de ser feliz e pintar o meu nariz.
Enquanto isso, deixa estar. Deixa-me aqui, desejosa e receosa... querendo que o céu estivesse azul! Azul?

E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?







¿Depois ela foi crescendo assim azul e anja como os anjos e costumava às vezes vestir-se de lua para encantar as pessoas que, encantadas, não se cansavam de repetir: ¿Que menina mais azul!¿ (Julia-Toda-Azul, Lúcia Castelo Branco)
*****

Ah! Enfim... Como a terra continua lá em seu movimento de rotação e translação, o texto já nem condiz à atualidade. Mas um dia condisse...

Nha... e no mais eu tou bem... Acreditem se quiser, eu ando felizinha que só vendo... culpa de "pessoinhas" por aí... =]

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Tou numa daquelas fases da vida em que a melhor definição seria "estranha", mas como uso demais essa coisa de "estranho" ele já nem me serve.
Dias nublados de primaveira e eu sujeita a drásticas oscilações de humor. Acho que preciso decidir o que é prioridade. Tou aprendendo a superar aquela coisa chamada "timidez" que as vezes não me deixa agir. É que me disseram que é quando parece faltar coragem que você percebe o que realmente é importante ou não.
Semana de testão. E minha mãe ainda inventou uma tal de orientação vocacional. Acho que ela ainda tem esperanças de que eu desista da Física. Só sei que passei uma hora conversando com a mocinha da orientação e no final ela perguntou se eu já fiz um teste de inteligência.
Acabei encarando novamente meu dualismo. Que tipo de pessoa tem fascilidade em exatas e além de gostar de ler sabe escrever? E no final a mocinha ainda elogiou a minha camiseta do Super Homem. Pessoas loucas e grandes, que acham que sabem das coisas e ficam nos olhando como se fôssemos pequenos ET.s.

Deixo uma música. Ela não vai se encaixar bem ao post. Mas tenham certeza de que tem se encaixado à vida.

Los Hermanos - Condicional
(Rodrigo Amarante)


Quis nunca te perder
tanto que demais
via em tudo céu
fiz de tudo cais
dei-te pra ancorar
doces deletérios

e quis ter os pés no chão
tanto eu abri mão
que hoje eu entendi
sonho não se dá
é botão de flor
o sabor de fel
é de cortar

eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu, muito bem

quis nunca te ganhar
tanto que forjei
asas nos teus pés
ondas pra levar
deixo desvendar
todos os mistérios

sei tanto te soltei
que você me quis
em todo o lugar
lia em cada olhar
quanta intenção
eu vivia preso

eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria o que eu fazia o que mais?
e alguma coisa a gente tem que amar
mas o que não sei mais

os dias que eu me vejo só
são dias que eu me encontro mais
e mesmo assim eu sei também
existe alguém pra me libertar


"E algo tão doce e puro podia mesmo ser errado?"

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Ando meio distraída. Hoje ao descer do carro meus óculos caíram do bolso e quando percebi a ausência deles e voltei para procurá-los já era tarde demais. Lá estavam eles, atropelados e espatifados no meio da rua.

¿Tudo bem, eu não preciso de óculos pra saber que tou apaixonado¿

Como cantada foi uma frase péssima. Totalmente piegas, mas naquela época (um ano atrás) era exatamente o que eu mais queria ouvir.
Engraçado como por mais que o tempo passe eu não consigo deixar de estar confusa. É lógico que o motivo sempre muda, mas a dúvida prevalece. É um eterno ¿ser ou não ser¿ e tem horas em que eu chego a achar isso cansativo, porém insuperável.
A frase que citei acima foi o suficiente pra me fazer ganhar um dia, aliás, a noite em que aquilo foi dito e o dia que se seguiu.
Faz muito tempo que eu não ficava parada lembrando daquele setembro de 2004. Acho que faz muito tempo que eu não me permitia fazer isso. Mas minutos atrás eu olhei de relance para meu óculos recém atropelado em cima da escrivaninha e a lembrança da cantada do óculos me veio com toda sua impertinência.
Naquela época eu tinha tanto medo de estar me iludindo e de nada dar certo. E agora esse mesmo medo é tão grande que... ah! Sei lá... É só o que eu tenho sabido dizer... Sei lá... o que esperar de você e disso tudo... Fico na esperança de me dizer o que esperar, mas não parece uma coisa provável isso de você dizer com palavras diretas... Sei lá...

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Essa coisa de postar música tá virando um vício, mas aí vai... Tava escutando Pato Fu hoje, e não sei porque escolhi essa, talvez se encaixe, talvez não... por mais que eu queria ter "A" certeza, eu ainda não posso dizer.

Nada pra mim
(Pato Fu)

Eu não vim aqui
Pra entender
Nem explicar
Nem pedir nada pra mim
Não quero nada pra mim

Eu vim pelo que sei
E pelo que sei
Você gosta de mim
É por isso que eu vim

Eu não quero cantar
Pra ninguém a canção
Que eu fiz pra você
Que eu guardei pra você
Pra você não esquecer
Que tem um coração
E é seu tudo mais que eu tenho
Tenho tempo de sobra
Tenho um jogo de botão
Tenho essa canção

domingo, 11 de setembro de 2005

Pop Rock foi bacana... Digo que foi um tanto quanto surpreendente o decorrer das coisas como por exemplo o fato de eu ter achado o show da Pitty um dos melhores. Sempre achei ela bacana por ser uma baiana não axezeira, mas daí a gostar de um show dela era um abismo... digamos que caí nele.
Mas o melhor show foi mesmo o do engenheiros... Muito lindo... na hora que tocaram piano bar eu achei que ia morrer... e como eu to quase morrendo mesmo vou deixar a letra da música... (um dia talvez eu volte a escrever coisas consistentes aqui!)

Piano Bar
(Engenheiros do Hawaiií)

o que você me pede eu não posso fazer
assim você me perde, eu perco você
como um barco perde o rumo
como uma árvore no outono perde a cor

o que você não pode eu não vou te pedir
o que você não quer...eu não quero insistir
diga a verdade, doa a quem doer
doe sangue e me dê seu telefone

todos os dias eu venho ao mesmo lugar
às vezes fica longe, difícil de encontrar
mas, quando o neon é bom
toda noite é noite de luar

no táxi que me trouxe até aqui
Júlio Iglesias ma dava razão
No clip, Paul Simon 'tava de preto
mas, na verdade, não era não
na verdade
nada é uma palavra esperando tradução

toda vez que falta luz
toda vez que algo nos falta
alguém que parte e não volta
o invisível nos salta aos olhos
um salto no escuro da piscina

o fogo ilumina muito
por muito pouco tempo
em muito pouco tempo o fogo apaga tudo
tudo um dia vira luz
toda vez que falta luz
o invisível nos salta aos olhos

ontem à noite eu conheci uma guria
já era tarde, era quase dia
era o princípio
num precipício era o meu corpo que caia

ontem a noite, a noite tava fria
tudo queimava, nada aquecia
ela apareceu, parecia tão sozinha
parecia que era minha aquela solidão

ontem à noite eu conheci uma guria
que eu já conhecia de outros carnavais
com outras fantasias
ela apareceu, parecia tão sozinha
parecia que era minha aquela solidão

no início era um precipício
(um corpo que caía)
depois virou um vício
foi tão difícil acordar no outro dia
ela apareceu, parecia tão sozinha
parecia que era minha aquela solidão

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Amanhã tem pop rock!! \o/
E eu ainda na esperana de não morrer de nojo da beijação que dizem ser aquilo ou espancada em alguma morcha... Ai! Dúvida! É morcha? Mocha? Morxa? eu nunca sei....

Andei pensando: a vida às vezes é muito chata. Você abre mão de um monte de coisa pra se livrar de uma situação com a qual não concorda e quando acha que tudo vai ser diferente as coisas se repetem... um pouco diferente... mas se repetem...
continuo com preguiça de escrever, por isso deixo só uma musiquinha que talvez caiba a alguem, ou a mais que alguém...


Ramirez - Feliz Sem Mim

Você, saiu a procurar alguém.
E nunca mais voltou pois se entregou a uma paixão
Que ontem mesmo era ilusão
E agora vai viver feliz
Sem mim..

E eu, acostumado a te encontrar
Tão linda eu não consigo mais pensar em outro alguém
Por isso eu vivo a lamentar
As chances que eu nunca tive
De dizer o quanto eu amava você
Vivia só pra me alegrar
E agora eu não vou mais continuar tão longe
Pra nunca mais poder voltar
Talvez um dia vá saber
Que eu não sou nada sem você..

Palavras não conseguem nem
Dizer o que senti
Ao ver você partir
Meu coração que si perdeu
Esqueças, que era seu
Que ele era seu
Mas era todo seu meu coração até você dizer que não
Que não é todo meu

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

E como diz a pouco sutil linguagem popular: Se a carapuça serviu, veste e amarra.

Hahahaha... sem muito a declarar agora, daqui uns dias eu escrevo algo útil...

sábado, 27 de agosto de 2005

O tempo, o tempo passa.
Os cabelos estão agora mais longos. Tão longos que contradizem o que o Bandeira dizia e dariam sim uma viçosa trança na qual eu me enforcaria.
Cultivou-se o hábito de fazer as unhas. O rosa foi trocado.
A velha e infantil cor predileta trocada pelo tão fascinante vermelho.
O nome, ele continua o mesmo.
Ganham-se algumas cicatrizes. Algumas visíveis, outras nem tanto.
Muda-se o gosto. Passa-se do rápido para o lento. Do lento para o rápido.
Modifica-se a voz. Torna-a rouca, grossa, serena. Ou não. Permanece a mesma. Aguda.
Os óculos mudam. Se não eram usados, agora são. Aumenta-se o grau.
As velhas piadas perdem a graça. As gírias caem em desuso. Surgem novas, gírias e piadas. Tornam-se velhas. Também se vão.
Hoje gosta-se disso. Amanhã já não quer mais. Ou quer, mas sempre se quer mais ao novo do que se quer ao velho. Às vezes o novo se torna velho e volta-se então ao velho de outrora. Às vezes larga-se os dois.
Busca-se o fascínio. O enlevo da vida. O arroubo do tempo, que é simplesmente passar.
Luta-se contra ele com a máxima força que se tem. Jura que será eterno. Subestima-se a força que tem o ¿um dia após o outro¿. E no final se entrega. E pensa que aprendeu a lição. Mas não aprende. Nunca aprende. Porque no caso, a vitória não está em aprender. Mas em errar de novo. Repetidas vezes. Até que não se saiba mais errar. E, assim, sem um escopo na vida, abdique dela.
E o tempo, o tempo passa.
E de resto é só o silêncio...
(24/08/05)

sábado, 20 de agosto de 2005

One Day
(Björk)

one day
it will happen
one day, one day
it will all come true

one day
when you´re ready
one day, one day
when you´re up to it

the atmosphere
will get lighter
and two suns ready
to shine just for you

i can feel it

one day
it will happen
one day, one day
it will all make sense

one day, one day
you will blossom
one day, one day
when you´re ready

an aeroplane
will curve gracefully
around the volcano
with the eruption that never lets you down

i can feel it

and the beautifullest
fireworks are burning
in the sky just for you

i can feel it

one day
one day


Mau humorada e sem muito a declarar...

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Trecho de The L Word - Ep 1x04 - Lies, Lies, Lies (Talvez assim eu justifique porque tudo que tenho escrito parece de má qualidade e soa tão ruim)


Estou sentada na cadeira, contorcendo-me em agonia. Um pequeno demônio está me espetando, pirando com minha cabeça. Abraxas, ele diz, sou Abraxas. O demônio das mentiras e decepções.
¿Então, o que você quer saber a respeito de mentiras, minha querida?¿
Não sou mentirosa. Tento levantar-me novamente, e agora sou esfolada, exposta. Percebo-me gritando!
¿Contarei a você sobre mentiras. Há mentiras brancas e mentiras negras, e muitos tons de mentiras cinza. Mas algumas mentiras são justificáveis. Mentiras ditas por bondade, mentiras para preservar a dignidade. Mentiras que simplificam a dor. Todos são mentirosos, querida! Veja aquilo acontecendo. Ela está para contar à amante algo claramente falso.¿
- Só quero que você saiba que o que quer que tivesse acontecido na reunião de hoje, nós ficaríamos bem!
¿Observe seus gestos. Veja como se tocam intimamente. Como evitam os olhares e cobrem suas bocas. Eles lambem os dentes, e seguram os queixos. Embelezam suas estórias com detalhes demais...
- Trabalhando?
- É.
...
- Você pode ficar aqui comigo?



Alguém me salve desse mundo, por favor...

domingo, 7 de agosto de 2005

Desculpe se às vezes não me doso. Ou se às vezes me doso demais.
É que um dia eu acreditei que tudo que fosse primeiro, seria certeiro e superestimado. É que até então eu não sabia que o tempo era tão cruel e que faria a vida seguir esmagando os planos, aqueles doces planos. Eu não era capaz de prever que os velhos planos, como o da parede vermelha da sala de estar, iriam pelo ralo de forma ta trivial. Eu não queria acreditar que o velho clichê ¿O pra sempre, sempre acaba¿ ia se encaixar pra mim. Acho que me acostumei demais com a idéia de nunca me encaixar aos padrões normais, acho que subestimei o pesar dos pesares.
É que eu sempre achei que depois do primeiro a gente aprendia. Aprendia não só a suportar, cuidar, ou entender, mas a prever. E eu fracassei nos quatro. Eu não pude prever, tanto que nem sei como ou quando começou: Se foi numa daquelas já velhas madrugadas, ou se foi em meio à nossa mudez; se foi quando nos sentimos iguais ou quando nos abraçamos a primeira vez. E eu realmente não entendo, eu admito. Acho que meu coração é inexperiente demais pra compreender como você conseguiu entrar nele sem ter que ocupar o espaço da outra; sabe? Como você conseguiu construir o seu espaço aqui. E eu não sei como suportar, e é por isso que às vezes você me pergunta se está tudo bem, diz que estou distante ou estranha, e eu sempre respondo que é impressão. É que por mais que eu tenha tentado, palavras não são capazes de explicar como... como à medida em que ela faz doer, você piora as coisas. E não se sinta culpada por isso! O que me dói é sem querer ansiar pelo colo que está à quilômetros e quilômetros de mim. O que me dói é saber que às vezes a internet que diminui a distância entre as pessoas serve também para aumentá-la. E dói também não saber ao certo quando vou te ver de novo. E se tudo vai dar certo quando a hora chegar. Se você saberá lidar com isso... sobretudo. Porque para sempre eu lembrarei que um dia eu amei alguém e que por não saber lidar com aquilo eu a arranquei da minha vida. Pra sempre eu sentirei a mágoa contra mim mesma me ferindo toda vez em que eu a encontrar. Eu sei, talvez eu devesse expressar isso em palavras, mas ela eu vejo o medo disso tudo nos olhos dela. E eu sei como é sentir medo disso tudo e não me sinto capaz de fazer algo para corrigir o passado. Não me sinto capaz de ajuda-la nessa estrada. Por isso, me ensina como cuidar de você, como você ao seu jeito cuida de mim. Por isso não me deixa nunca estragar tudo. Por isso só não me deixe esquecer que para sempre haverá o calor das suas palavras...e o meu alívio no seu sorriso.



P.S: eu nao reli esse post quando terminei. Acho que isso me faria apagar varias coisas e ele perderia o seu quê "expontâneo"... ele está confuso eu sei, mas é que às vezes o meu destinário não é um só, mas três...

sexta-feira, 5 de agosto de 2005


Ah! Desisto, não adianta negar que algo esteja fora do lugar... sim! Eu estou triste e não aguento mais as pessoas que percebem isso e me perguntam se podem fazer algo por mim. Não! Infelizemtente a única pessoa que pode fazer algo pra findar a minha tristeza não parece muito disposta...


Você Pode Ir Na Janela
Gram

Se não vai
Não desvie a minha estrela
Não desloque a linha reta

Você só me fez mudar
Mas depois mudou de mim
Você quer me biografar
Mas não quer saber do fim

Mas se vai
Você pode ir na janela

A se amorenar no Sol
Que não quer anoitecer
E ao chegar no meu jardim
Mostro as flores que falei

Vai sem duvidar
Mas se ainda faz sentido, vem
Até se for bem no final
Será mais lindo
Como a canção que um dia fiz
Pra te brindar

Você pode ir na janela
A se amorenar no Sol
Que não quer anoitecer
E ao chegar no meu jardim
Mostro as flores que falei

Você só me fez mudar
Mas depois mudou de mim

terça-feira, 2 de agosto de 2005

Tímida?

Monógama?

Melancólica?

Complexa?

Lânguida?

Só querendo ficar só... Mas com muito medo de tornar isso oficial...

Os dias que eu me vejo só
São dias em que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
Existe alguém pra me libertar


Talvez, no final, ainda exista alguém pra me libertar...

quinta-feira, 28 de julho de 2005

Relampeou outra vez.
São as chuvas que vem chegando, como batedores que vêm anunciar a chegada de seu rei.
Queria eu que todos os dias fossem manhãs de inverno, apesar de eu ter perdido a maioria das últimas por culpa da insônia.
A explicação para ¿D. Insônia, o retorno¿ é simples: Férias são tempos de passar os dias de semana na monotonia do meu quarto. O que automaticamente me leva a quadruplicar o consumo de café o que provavelmente é o causador da minha ausência de sono e o inibidor (no sentido químico da palavra) do testemunho de manhãs claras e frias.
Mas aqui estou eu, encarando os senhores batedores pensando em algum artifício que os faça voltar atrás em seu caminho e avisar à sua majestade que ela não será bem recebida esse ano.
Mas que posso eu, reles mortal, contra o tempo? Ele que é implacável, e que agora, como concluo, acaba de levar embora aquela menina e metade do meu coração.
Só me resta encarar a vida e que venha a Primavera.
Só me resta manter a coragem e a fibra que gastei o último mês reunindo para na terça próxima fazer aquilo que tem que ser feito, dizer o que tem que ser dito.
E mais uma vez eu digo: que venha a primavera e leve embora logo tudo isso que tem doído e que só tende a doer mais.
Mas pela terceira vez que venha a Primavera e que ela mantenha o seu vício de trazer pessoas novas e especiais pra minha vida... Tomara.

É de lágrima [Marcelo Camelo]

É de lágrima
Que faça o mar pra navegar
Vamo lá!
Eu não vi não final
Sei que o daqui teimou de vir
Tenaz assim, feito passarinho

É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim
E ao senhor de iludir
Manda avisar que esse daqui
tem muito mais amor pra dar.


O porquê da música? Três Porquês:
Porque eu estava no show em que ela foi tocada pela primeira vez e porque é bem isso. Porque o a voz do camelo no final da música me causa arrepios.
E Porque eu posso ter chegado ao meu recorde mas ¿manda avisar que esse daqui tem muito mais amor pra dar¿...

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Nada como uma manhã como essa para refletir como a vida é. E não me refiro ao clichê da manhãs chuvosas me refiro exclusivamente à esta, de hoje: O céu muito azul, nenhuma nuvem, o sol fraco e um frio de matar.
Já disse que adoro dias frios? Eles me dão a desculpa da baixa temperatura para não sair de casa... eles me fazem pensar.
O que é prioridade? O que eu sinto? Quem consegue me fazer sentir?
Admito que a última pergunta me faz tomar decisões bruscas, à vezes.
Amor... Carinho... Lascívia... Saudade!
Sinto falta de tomar um ônibus todas as manhãs e no fim de cada tarde. De atravessar a cidade observando aquele mundaréu de pessoas. O que estão pensando? O que estão sentindo? Porque sorriem? Porque não?
Recentemente comecei a me perguntar o que eu realmente quero para o reto da minha vida. Quem eu realmente quero para o resto da minha vida. E pensar sobre isso me levou à um exercício de teatro que fizemos, ainda no cefet, há quase um ano atrás.
Deveríamos, de olhos fechados, deixar a imaginação fluir, a começar por onde estávamos.
Porque lembrar disso agora? Porque no meu exercício era uma manhã clara e fria como esta, e eu me encontrava observando-a com uma xícara de café nas mãos, como agora.
Lembro-me ainda do aspecto do lugar. Erauma casa no alto de uma montanha. Uma casa aconchegante onde, não sei como, eu sabia que estava lá para escrever. Havia um cheiro do café que eu acabara de fazer no ar e, na cama desarrumada, alguém dormia.
Deveríamos então pensar sobre o que sentíamos naquele momento. Eu me sentia feliz por acordar cedo e poder presenciar, sozinha, o dia nascer.
Agora deveríamos sair de onde estávamos (se é que estávamos em algum lugar) e seguir até a margem do rio.
Que rio? Eu estava no alto de uma montanha! Então cheguei à beira do abismo e o vi lá em baixo. Desci. Não foi difícil. Havia uma espécie de escada para tal ofício.
Deveríamos então atravessar o rio. Outro trabalho fácil. O rio era raso, apesar de muito frio.
¿E o que há do outro lado?¿
Nada. Uma imensidão de terra gramada. Nem de cima do abismo podia-se enxergar o fim.
¿O que você sente agora que atravessou o rio?¿
Senti que não havia muito propósito naquilo e que eu deveria voltar. Alguém logo vai acordar e, além do mais, eu devo escrever.
Ao término do exercício, cada um deveria narrar o que ocorrera. Alguns garotos se viram em uma praia com um mulherão do lado, e ao ter que atravessar o rio encontravam somente a imensidão do mar. Houve alguém que sequer encontrou o rio... Alguns nem deram conta do exercício.
Na época não gastei mais do que a volta pra casa, de ônibus, pensando a respeito. Mas hoje, me lembrando daquele exercício do teatro eu me pergunto: Seria aquilo como o resto da minha vida? E quem era a pessoa que dormia? Seria a mesma pessoa que fui conhecer 2 meses depois?
O futuro é matéria tão incerta e como posso eu ficar pensando sobre ele? Como posso eu prever como serão os anos se nem prever pude que um domingo de festas abalaria minhas certezas com tamanha força?
E eu que nunca quis ter certezas agora me depara com uma porção delas, quebradas.
E a quem me vê pensando sobre como será o amanhã e sentir-se propenso a me interpelar sobre o que, a propósito, eu pretendo... o que eu realmente quero para o amanhã, eu digo: Eu ó quero perder o fôlego ao ver A pessoa pela primeira vez... de novo... Só quero conseguir não conter mais meus impulsos da próxima vez e não deixa-la ir embora em ouvi aquilo tudo que eu tinha pra dizer...

Perde-se a batalha mas ganha-se a guerra?

Vem comigo?
[Vi essa imagem num flog e achei apropiada]

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei" (Clarice Lispector)

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Vento no Litoral
(Legião Urbana)

De tarde quero descansar, chegar até a praia,
Ver se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras.
Sei que faço isso para esquecer,
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.

Agora está tão longe,
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção.

Aonde está você agora,
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer,
Foi só o tempo que errou.
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo.

Quando vejo o mar,
Existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem.

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim,
Quero ser feliz ao menos.
Lembra que o plano era ficarmos bem?

- Ei, olha só o que achei: cavalos-marinhos.

Sei que faço isso para esquecer,
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.


Sem muito à declarar... As palavras não tem conseguido sair da minha cabeça ultimamente... Acho que eu tô confusa....¬¬

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Fico me perguntando o que é o essencial: A felicidade, o bem estar? A ética e a busca pelo conhecimento e amadurecimento? Ou é simplesmente viver?
Tenho me perguntado constantemente o que é o essencial. Estar ao lado de velhos amigos em meio ao um bando de selvagens ou me lançar ao desconhecido pra ver se me encontro?

Não sei porque abandonei aquela sala no início do ano. Talvez eu ainda estivesse me sentindo ¿fora de casa¿ e retornar às origens fosse uma maneira de enganar as minhas reais necessidades. Mas tudo estada diferente. Acho que algo havia se quebrado e em algum momento eu acreditei que um pouco de cola e paciência bastaria.

Quem dera que na prática, ignorância fosse realmente felicidade. Se bem que talvez realmente seja e eu tenha pulado a parte em que tenho que me tornar uma ignorante. O que acontece é que, mesmo assim, nada voltaria para o lugar. A oitava série passou faz muito e não só todos eles mudaram, mas eu - principalmente eu ¿ mudei também.

Não vou entrar em teorias sobre quem evoluiu e quem atrofiou, acho que perderia muito tempo e acabaria ofendendo alguém.

Só sei que no meio da balbúrdia incoerente daquelas pessoas, eu de repente percebi que o último lugar em que no início eu queria estar era o mesmo ao qual eu pertencia.

Se tivessem visto a ¿minha hora¿ na sala da orientadora também teriam concluído, como eu, que talvez eu precise mesmo da ¿maledita¿ da terapia. (Isso não muda muita coisa, pois precisar não é aceitar.) Talvez eu seja um pouco descontrolada, quando nervosa... Talvez eu tenha mesmo perdido o controle. Talvez seja só uma das chamadas Crises de Aborrecência. Mas apesar do pequeno momento de aparente fragilidade, eu me orgulho em dizer que aparentemente não perdi a veemência.

E nessa segunda acordei tão animada com o ¿ir pra aula¿ como não fazia há meses.
Talvez seja só a empolgação inicial, mas encontrei o remédio universal para os problemas da cabeça e do coração: Conhecer pessoas novas.
E o melhor de tudo: elas são simpáticas e aparentemente não fúteis. Talvez haja algum futuro nisso. E se não houver, valeu apenas o momento em que eu me senti um pouco feliz e reconfortada em meio à vida e toda a sua promiscua crueldade (ou realidade).

E mais uma vez eu vejo a sábia frase do Marcelo Camelo (ou seja lá quem for o compositor daquela música) se reafirmando sobre os fatos. ¿Pois é no não que se descobre de verdade o que te sobra além das coisas casuais.¿

E como o Marcelo Camelo é muito recente e o Algusto dos Anjos também era um cara legal encerro o post com um poema dele. Um dos mais famosos e um dos meus prediletos também.

Temo que ele seja um pouco nojento, mas descreve bem o que ocorre com as pessoas entre uma estação e outra da vida. Se você por acaso não concordar, desculpe a ofensa, mas talvez seus neurônios estejam em greve.

Versos Íntimos
Augusto dos Anjos


Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



Eu disse a mim mesma que resistiria mas... bem... aí vai a velha conclusão seguida da velha pergunta:

O mundo continua girando, as galáxias continuam realizando suas colisões elásticas, e um bando de gente continua respirando e se matando por aí. Enquanto isso eu me pergunto: E quem se importa?

Sei que isso vai soar como um momento ¿criança Emo¿ mas caso se importe, por favor, me diga. Eu ando precisando muito de alguém que demonstre que por mais implicante, nerd e sei lá o que que eu possa ser... eu seja importante. De alguma forma.

Eu e meu velho dualismo... Talvez esse seja o maior dos meus demônios. Espero um dia conseguir me decidir entre um estado autista de felicidade ou essa incômoda sensação de ausência que sempre me leva a escrever.
Enquanto não alcanço a minha vitória fico apenas lutando contra eles. Talvez um pouco sem forças e ânimos, mas nunca devemos desistir da vida e das coisas dela, certo?

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Casa nova... Vida nova... Ou não!
Nós de uma forma ou de outra voltamos à nossas raízes. Uma casa, ou melhor, um apartamento só de ¿meninas¿. Mas creio que essa será uma versão moderna da de outrora. Mesmo porque antes eu tinha quatro e agora eu tenho dezesseis e digamos, cresci alguns bons centímetros desde então. (Não vou dizer que engordei alguns quilos porque sei que vai aparecer algum engraçadinho e dizer: ¿engordou? Nem pareceu!¿) Tirando a idade e a altura, antes eu acordava todos os dias e ¿migrava¿ pra cama de minha mãe. Quando ela se casou de novo eu migrava pra porta do quarto e esperava ela acordar. Eu era pequena (não me digam?!) e costumava ¿acordar com as galinhas¿, como se diz. Mas nem vou dizer: Vou voltar a migrar pra cama dela todas as manhãs, mesmo porque eu não cresci complexada (não a respeito disso!) a ponto de continuar com esse ritual depois de anos e anos nas costas.
Novamente pensando nas vantagens, bem, eu sempre aproveitei as ausências do meu padrasto pra desfilar pela casa de calcinha e sutiã. Isso pode vir a se tornar uma rotina se eu lembrar de manter as cortinas das janelas bem fechadas. Caso contrário acabarei virando a diversão dos ¿pirralinhos¿ da escola que fica ao lado do prédio.
E no mais, foi-se o tempo em que eu escutava Metal no último volume. Sim! Já me informaram que não se deve incomodar os vizinhos do prédio. E pros adeptos do ¿Vá à casa da Julia e saia da rotina¿ isso não significa que não escutaremos Metal ou musiquinhas legais antes das seções de filmes com torta de sorvete. Só significa que será em volume modera. Aviso isso antes que comecem a comemorar. Rarará! (Essa risada foi super Simão! Acho que tenho lido muito Folha de São Paulo...)
Mas a vida nem será tão nova assim. A rotina continua basicamente a mesma... Os conflitos familiares são os velhos de sempre: A má alimentação; as diferenças inaceitáveis.
E os amores nem serão novos também, e só agora percebi que já são velhos. Sete meses se não me engano. Não que isso seja problema; pelo contrário, que continue este alguém a monopolizar meu coração por muito e muito tempo... (Seria utópico demais desejar que dure para sempre?) Putz! Isso ficou meloso. Mas como diz o ditado: é de mês em mês que se fazem os anos. (E de anos que se faz uma vida!)
De toda forma, se eu não adquirir uma hérnia de tanto carregar caixas até o final da mudança (o ruim de se ter muitos e muitos livros é que quando se está de mudança eles dão um trabalho...), e morrer no pós-operatório, eu terei minha Internet de volta. O que significa que postarei os textos antes de enjoar deles e apagá-los do Pc. Sim, isso significa que demorarei menos que dois meses entre um post e outro.
E sobre morrer no pós-operatório,um comentário: que fim trágico! Tão trágico como três pessoas atropeladas por um carro na Amazonas. Isso me lembra finais do Shakespeare. E isso sim me lembra o começo de tudo. Sim! O começo de sete meses atrás. ¿Menina casa comigo? Anota o meu celular e me liga quando resolver casar...¿ Como a vida é bela quando se ama alguém...


P.S: Sinto-me realizada por ter resistido à tentação de postar a minha relação curta e grossa de cerca de cem motivos para odiar Axé e tudo o que ele engloba.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

Muito tempo sem escrever... muito tempo mesmo. Pra ser sincera eu talvez pudesse não ter passado tanto tempo ausente. Mas em todas as oportunidades de postar eu me encontrava diante da caixa de texto, atônita (ou atônica, ou os dois...), vazia pensando... o que postar?
Creio que foram mais ou menos três meses... Três meses nos quais tudo o que não aconteceu durante dezesseis anos de vida aconteceu, de uma só vez.
Só sei que quando dei por mim eu fui descobrir que não há como ser ¿a boa menina¿ quando se tem essa maldita idade.

Mas sobre a coisa ideal a se postar, acabei me deparando faz poucos dias com um velho livro. Nada contra livros velhos, mesmo porque a maioria dos meus prediletos o são, mas esse além de antigo estava esquecido em alguma prateleira que eu andei arrumando. Comecei a relê-lo e encontrei, então, exatamente o que eu queria postar:

¿Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. Há milhões e milhões de anos que os carneiros as comem, apesar de tudo. E não será sério procurar compreender por que perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis? Não terá importância a guerra dos carneiros e das flores?(...)E se eu, por minha vez, conheço uma flor única no mundo, que só existe no meu planeta, e que um belo dia um carneiro pode liquidar num só golpe, sem avaliar o que faz, - Isso não tem importância?(...) Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: ¿Minha flor está lá, em algum lugar...¿ Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!¿ (O Pequeno Príncipe ¿ Antonie de Saint-Exupéry - Capítulo VII)

Porque o ser humano precisa tanto de seus vícios? Não falo de vícios frívolos como o uso do ópio. Falo de vícios como se apegar à certas coisas, ou de seguir uma dita rotina... Talvez a vida seria mais feliz se não os tivéssemos. Se não nos acostumássemos (nos viciássemos) em certas coisas corriqueiras. Talvez, se não nos apegássemos às coisas e pessoas, não correríamos o risco de um dia acordar e perceber que tudo passou, tudo inexplicavelmente, ou tragicamente, passou!
Depois disso vem a abstinência... o nó na garganta todas as noites antes de dormir, isso quando dormimos, por sentirmos falta de alguns alguéns...

Não vou gastar muito mais linhas falando das minhas saudades... provavelmente eu gastaria muito tempo fazendo-o e todo mundo se cansaria de ler antes de chegar ao fim... quem sabe outro dia... Eu sei! A vida é curta, mas, como se diz, a espera é longa...

E para os amigos que após ouvir os meus planos e desabafos me olham com certa piedade e provavelmente pensam ¿É uma iludida!¿ ou ¿Até quando isso vai durar?!¿ eu deixo uma frase, um pequeno clichê, ou como preferir:
¿Às vezes a distância e a ausência tornam a amizade e o amor mais doces e profundos.¿



avec désir de revior
(Tava folheando um velho dicionário de fancês que achei junto com o Pequeno Principe...)