quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Primavera, Verão, Outono e Inverno. Tive um ano em três meses.
De que mundo eu vim? Não descobri ainda, só sei que é um mundo menor que esse. Um ano em três meses? Um ano em que eu passei boa parte arrastando a minha cadeira para trás para assistir a infinitos por do sol.



O coração da gente é um bicho estranho. Lembro-me de junho... daquele sombrio mês que se seguiu. E então de agosto. Quando eu fui lá e fiz o que eu achava impossível poder fazer. Veio então uma espécie de alívio misturado com tristeza. - Faz poucos dias e um amigo me lembrou do que foi aquela tarde de algum dia pouco de Agosto. Em que após fazer o que devia que ser feito eu desci daquele ônibus e me sentei estática no Café da Locadora Popular. Eu não podia falar. Mas eu precisava. Por isso quinze minutos mais tarde eu me encontrava na frente do computador conversando por palavras escritas com uma garota que eu acabara de conhecer (isso é, uma semana antes).
Pessoas entram e saem da vida da gente. E nunca sabemos quais delas serão importantes ou como isso acontecerá. Aquela garota, com que eu conversava naquela tarde por msn, bom, ela se tornaria muito importante e naquele momento eu não podia prever isso. O amigo que me veio me lembrar desse causo, ainda não era, digamos, um amigo. Mas ele se preocupou comigo naquela tarde. E ao me ver perdida em algum ponto sombrio da minha mente ele tentou me trazer de volta. É um bom amigo, ele.
Eu não esperava que acontecesse de novo. Essa coisa de amar alguém. Mas aconteceu. E nem demorou. E foi nesse formato mínimo de tempo: Esse três meses. E cá estava eu de novo, na mesma situação de junho. Eu sabia o que tinha que fazer, mas sabia também que não voltaria atrás se o fizesse. Por isso falhava-me a coragem.
Eu fui atrás, propensa a falhar, mas fui. E quando lhe vi fugindo de mim eu entendi. Tudo que houve, e tudo o que há entre nós é muito grande pra ser gasto com aquele nosso relacionamento complexo e confuso. Então o mais sensato era mesmo por um fim, um ponto final. Porque? Depois de um ponto final há sempre uma nova frase. Coordenada, Subordinada, Assindética? Quem se importa. Isso é só um porém. O que importa é que concluindo isso veio o fim e com ele um alívio, mas um alívio. Um alívio tão puro e somente alívio que a princípio eu não acreditei. E eu simplesmente não consegui me entristecer.
E então, com o alívio, eu me senti livre novamente e lá estava ela. Aquela sensação de possibilidade.
Você involuntariamente me fez perceber que a estrada vai além do que se vê. E eu vou por ela. E sinceramente? Eu não tenho a mínima idéia de para onde eu estou indo. Só sei que eu vou. E isso basta.

E que o mundo gire!


É, e eu sei, físicos também sabem escrever não é?

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