quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

Muito tempo sem escrever... muito tempo mesmo. Pra ser sincera eu talvez pudesse não ter passado tanto tempo ausente. Mas em todas as oportunidades de postar eu me encontrava diante da caixa de texto, atônita (ou atônica, ou os dois...), vazia pensando... o que postar?
Creio que foram mais ou menos três meses... Três meses nos quais tudo o que não aconteceu durante dezesseis anos de vida aconteceu, de uma só vez.
Só sei que quando dei por mim eu fui descobrir que não há como ser ¿a boa menina¿ quando se tem essa maldita idade.

Mas sobre a coisa ideal a se postar, acabei me deparando faz poucos dias com um velho livro. Nada contra livros velhos, mesmo porque a maioria dos meus prediletos o são, mas esse além de antigo estava esquecido em alguma prateleira que eu andei arrumando. Comecei a relê-lo e encontrei, então, exatamente o que eu queria postar:

¿Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. Há milhões e milhões de anos que os carneiros as comem, apesar de tudo. E não será sério procurar compreender por que perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis? Não terá importância a guerra dos carneiros e das flores?(...)E se eu, por minha vez, conheço uma flor única no mundo, que só existe no meu planeta, e que um belo dia um carneiro pode liquidar num só golpe, sem avaliar o que faz, - Isso não tem importância?(...) Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: ¿Minha flor está lá, em algum lugar...¿ Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!¿ (O Pequeno Príncipe ¿ Antonie de Saint-Exupéry - Capítulo VII)

Porque o ser humano precisa tanto de seus vícios? Não falo de vícios frívolos como o uso do ópio. Falo de vícios como se apegar à certas coisas, ou de seguir uma dita rotina... Talvez a vida seria mais feliz se não os tivéssemos. Se não nos acostumássemos (nos viciássemos) em certas coisas corriqueiras. Talvez, se não nos apegássemos às coisas e pessoas, não correríamos o risco de um dia acordar e perceber que tudo passou, tudo inexplicavelmente, ou tragicamente, passou!
Depois disso vem a abstinência... o nó na garganta todas as noites antes de dormir, isso quando dormimos, por sentirmos falta de alguns alguéns...

Não vou gastar muito mais linhas falando das minhas saudades... provavelmente eu gastaria muito tempo fazendo-o e todo mundo se cansaria de ler antes de chegar ao fim... quem sabe outro dia... Eu sei! A vida é curta, mas, como se diz, a espera é longa...

E para os amigos que após ouvir os meus planos e desabafos me olham com certa piedade e provavelmente pensam ¿É uma iludida!¿ ou ¿Até quando isso vai durar?!¿ eu deixo uma frase, um pequeno clichê, ou como preferir:
¿Às vezes a distância e a ausência tornam a amizade e o amor mais doces e profundos.¿



avec désir de revior
(Tava folheando um velho dicionário de fancês que achei junto com o Pequeno Principe...)