segunda-feira, 6 de junho de 2005

Fico me perguntando o que é o essencial: A felicidade, o bem estar? A ética e a busca pelo conhecimento e amadurecimento? Ou é simplesmente viver?
Tenho me perguntado constantemente o que é o essencial. Estar ao lado de velhos amigos em meio ao um bando de selvagens ou me lançar ao desconhecido pra ver se me encontro?

Não sei porque abandonei aquela sala no início do ano. Talvez eu ainda estivesse me sentindo ¿fora de casa¿ e retornar às origens fosse uma maneira de enganar as minhas reais necessidades. Mas tudo estada diferente. Acho que algo havia se quebrado e em algum momento eu acreditei que um pouco de cola e paciência bastaria.

Quem dera que na prática, ignorância fosse realmente felicidade. Se bem que talvez realmente seja e eu tenha pulado a parte em que tenho que me tornar uma ignorante. O que acontece é que, mesmo assim, nada voltaria para o lugar. A oitava série passou faz muito e não só todos eles mudaram, mas eu - principalmente eu ¿ mudei também.

Não vou entrar em teorias sobre quem evoluiu e quem atrofiou, acho que perderia muito tempo e acabaria ofendendo alguém.

Só sei que no meio da balbúrdia incoerente daquelas pessoas, eu de repente percebi que o último lugar em que no início eu queria estar era o mesmo ao qual eu pertencia.

Se tivessem visto a ¿minha hora¿ na sala da orientadora também teriam concluído, como eu, que talvez eu precise mesmo da ¿maledita¿ da terapia. (Isso não muda muita coisa, pois precisar não é aceitar.) Talvez eu seja um pouco descontrolada, quando nervosa... Talvez eu tenha mesmo perdido o controle. Talvez seja só uma das chamadas Crises de Aborrecência. Mas apesar do pequeno momento de aparente fragilidade, eu me orgulho em dizer que aparentemente não perdi a veemência.

E nessa segunda acordei tão animada com o ¿ir pra aula¿ como não fazia há meses.
Talvez seja só a empolgação inicial, mas encontrei o remédio universal para os problemas da cabeça e do coração: Conhecer pessoas novas.
E o melhor de tudo: elas são simpáticas e aparentemente não fúteis. Talvez haja algum futuro nisso. E se não houver, valeu apenas o momento em que eu me senti um pouco feliz e reconfortada em meio à vida e toda a sua promiscua crueldade (ou realidade).

E mais uma vez eu vejo a sábia frase do Marcelo Camelo (ou seja lá quem for o compositor daquela música) se reafirmando sobre os fatos. ¿Pois é no não que se descobre de verdade o que te sobra além das coisas casuais.¿

E como o Marcelo Camelo é muito recente e o Algusto dos Anjos também era um cara legal encerro o post com um poema dele. Um dos mais famosos e um dos meus prediletos também.

Temo que ele seja um pouco nojento, mas descreve bem o que ocorre com as pessoas entre uma estação e outra da vida. Se você por acaso não concordar, desculpe a ofensa, mas talvez seus neurônios estejam em greve.

Versos Íntimos
Augusto dos Anjos


Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



Eu disse a mim mesma que resistiria mas... bem... aí vai a velha conclusão seguida da velha pergunta:

O mundo continua girando, as galáxias continuam realizando suas colisões elásticas, e um bando de gente continua respirando e se matando por aí. Enquanto isso eu me pergunto: E quem se importa?

Sei que isso vai soar como um momento ¿criança Emo¿ mas caso se importe, por favor, me diga. Eu ando precisando muito de alguém que demonstre que por mais implicante, nerd e sei lá o que que eu possa ser... eu seja importante. De alguma forma.

Eu e meu velho dualismo... Talvez esse seja o maior dos meus demônios. Espero um dia conseguir me decidir entre um estado autista de felicidade ou essa incômoda sensação de ausência que sempre me leva a escrever.
Enquanto não alcanço a minha vitória fico apenas lutando contra eles. Talvez um pouco sem forças e ânimos, mas nunca devemos desistir da vida e das coisas dela, certo?