domingo, 21 de dezembro de 2008

Early Thursday

I can't remember the first time I saw a beach. I'd just made one year, my mother had just become a widow. We went to Fortaleza. I can't remember the feeling. Maybe fascination. Probably fear. That isn't something I can describe without having consciously lived.
Besides I could now describe in exactly words a castaway's sensation when he first saw a beach after a long time lost in the ocean. Whirlwind of butterflies in my stomach. Warm sensation in my heart. Unmistakable sensation that - I should have imagined – no one else could cause me. Like find your place in a strange world. Like be in home.
So I thought “Everything is gonna be all right” and I felt happiness.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Elephant Gun



If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight

Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide

Beirut

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Capitu tinha olhos de ressaca.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Paranóia de Físico

"Julia, essa boate tem lasers verdes."
"Sim, são bonitinhos."
"Não, ele pode nos deixar cegos!"
"É um laser de boate, a potência dele deve ser baixíssima..."
"Mas lasers verdes têm freqüência muito alta, assim, mesmo pra uma potência baixa ele é mais intenso que os de cores normais."
"Não é como se fosse um laser de argônio do laboratório... não deve ser perigoso."
"Desculpa, eu não confio na capacidade dos donos daqui de avaliar se um laser é perigoso ou não."
"Não é sobre os donos, é sobre o fabricante. O cara não venderia um laser que pode deixar alguém cego! Sério, alguma vez já ouviu contar sobre alguém que ficou cego com um laser de boate?"
"Sim, com um laser verde."
"Bah, como assim? Aposto que a fonte dessa notícia era escusa"
"Não, eu li sobre isso no site da bbc. Aconteceu na Russia."
"E você vai deixar de dançar porque tá com medo de ficar cego com o laser?"
"Não, mas eu só danço se for de costas pra ele."




Juro que o fato de eu ter passado a maior parte do resto da noite dançando de olhos fechados não teve a ver com esse diálogo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

sábado, 18 de outubro de 2008

O grande problema de se tornar uma estudando de física antes de se ter a maturidade do 'um quinto de século' é que noções de tempo e espaço se tornam relativas e distorcidas.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

As cigarras não parecem dispostas a se cansarem nesta primavera. Nem assim vejo formigas trabalhando. Minha planta carnívora passa fome. Meu tímpano entra em pânico. Talvez o mundo acabe amanhã. A lua é cheia. Uma cigarra recém saída de seu repouso de dezenove anos atravessa a rua. Se na imensidão do universo vazio viajasse um som, seria este. Assobio de único tom. Sinto falta de algum vício. A melancolia me enjoa. Sinto ânsia de vômito diversas vezes ao dia e nem assim ela vai embora.
Caminha pela avenida central. Referencial é o maior problema da humanidade. Desta forma, a avenida pode possuir palmeiras, paralelepípedos e menos de meio quilômetro de extensão e mesmo assim é considerada principal. Caminha pela avenida central sob o som incessável das cigarras. Música capaz de ampliar qualquer tpm. Alcança a porta principal. Vira a esquina. Olha o ponto onde num dia que não é hoje e nem foi ontem dezenas de pessoa a olharam ou olharão. Segue seu caminho. O som das cigarras cessa. Não há mais árvores, não há mais cigarras. Ao invés disso o barulho infernal de uma das principais avenidas da cidade às dez horas da manhã. No boteco da esquina meia dúzia de pessoas já bebem. Motivo para comemorar? Mágoas a lamentar? Sinto falta de algum vício.
Corre. Ri. Faz piadas. Dorme. Acorda. Come. Chora. Espera demais das pessoas. Menospreza. Tenta dançar. Tenta importar. Tenta buscar. Mas não encontra nada que apeteça. Nem mesmo um café ou um rock legal.
Inércia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Ataque do Presente Contra o Restante do Tempo


Time is what you can measure with a clock. A child, a city, a love, death... these are clocks. One cannot measure that which we consider past, present, future. People, being at fate's mercy, interpret the period of time in which they decide as 'the present'. They want this period to be long. This is the source of illusion. "The patent text and the sketches prove that the brothers Lumière have solved this problem. Figure 1 is a front view, figure 2 is a cross-section of the plane perpendicular to the plane of 1. The mechanism enclosed in the case is driven by a single shaft. On the shaft is an eccentric disc which moves the vertical slide piece to and fro
that slides in the guides. A horizontal blade adjoins the slide, which forms a hinge at one end and at the other end carries two pins which penetrate the partition in two places. On top of the device, a box contains the perforated strip which runs down behind the partition. The regular perforation of the strip's edges can be crossed by the pins. The strip is drawn down by the pins which lift in a rising movement to keep it in position..."
Everything is ready. The modern magic of the darkened halls begins.

(Alexander Kluge - O Ataque do Presente Contra o Restante do Tempo)

sábado, 2 de agosto de 2008

E vou escrever esta história pra provar que sou sublime.

Como diria Dr. Manhattan, o dia amanhece iluminado pela luz que chega a nós com oito minutos de idade enquanto a luz de duas horas atrás alcança Plutão.
A casualidade dos números aleatórios me fez nascida deste e não do outro lado do mundo. Assim, a luz chega à mim antes ou depois de qualquer outra pessoa.
Os vícios culturais que me fizeram herdar o nome de minha bisavó são os mesmos que me lançam olhares assustados e me pre-julgam dotada de qualquer tipo inepto de inteligência pelo simples fato de ter escolhido uma profissão que por tradição dá o título de doutor em dez anos e mesmo assim não é reconhecida no país.
A verdade absoluta por trás das coisas que repousam e dormem é o que sustenta a idéia da “bela adormecida”.
Dormir, sonhar quem sabe. Viver só depois. Mesmo porque existe sempre uma vida inteira a ser vivida e nada de mais interessante a fazer.
Tudo é belo enquanto inalcançável. Eis a única coisa fantástica sob o impossível. Nada menos, nada mais. À ele o drama.
À alguns a aptidão ao convívio social. Aos demais o tempo necessário para descobrir a devida inaptidão.
Pessoas são só rituais.
Como ir ao cinema sozinho pela primeira vez na vida. Ou como olhar a si mesmo de fora, de forma nua e crua e descobrir que há mais por fora do que você via de dentro. Ou as duas coisas de uma só vez.
E tudo isso é estrangeiro, como tudo.
Como um recém-nascido abrindo os olhos para o mundo. Como alguém a encarar aqueles olhos e ponderar se já existe uma consciência por trás deles. Se não, quando existirá?
Última madrugada de férias. 54 dias até a prova. Fazê-la ou não fazê-la, eis a questão.
Último respiro antes de um mergulho.
É boa a hora. Boa para parar de querer mudar as pessoas. Boa à prática da tolerância.
Início de semestre. Hora de fazer apostas, jogar os dados e arrumar o armário.
Já que escrevo, o jeito é escrever.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Para aquela que veio antes de todas as Marias.

Querida Grande Mãe Vaca,
Faz tempo que não lhe escrevo.
Na verdade, desde que nos encontramos no grande caldo primordial, onde tudo que era vida residia.
Falava-me da velha deusa Nut, sempre a segurar o céu inteiro em suas costas.
Olho pro céu e não a vejo mais. Provavelmente tornou-se alérgica por culpa da poluição em excesso; Aposentou-se do serviço pesado e foi viver o resto da vida numa praia deserta. Talvez esteja agora em Jericoacoara comendo caranguejos e assistindo o pôr do sol no meio da pedra furada.
Olho para baixo e não existe mais chão.
Olho pro palco e tudo que vejo são franceses pelados.
Às vezes até tento olhar para mim mesma. Sempre encontro aqueles olhos Infocati.

Então havia a lenda da peça de teatro do outro dia.
Diz que quando se vê alguém pela primeira vez e o chão estremece, é que nasceu um peixe vermelho no centro da Terra. E sempre que o chão volta a tremer é o tal do peixe passando por ali. Até que um dia ele vira pedra.
Antes virar pedra que ser trocada por um grande pai virgem que se masturba. Siryu não pensava assim. Preferiu furar os próprios olhos à virar pedra como todos os outros.
A noite, grande Mãe Vaca, a noite é a sua hegemonia. És virgem do apego humano simplesmente por não o conhecer. Não precisa nem mudar de casa, ou praticar rituais.
Você tem sorte, Grande Mãe Vaca. Ès eterna e implacável e como a noite, que é sua, não precisa fazer escolhas e somente existe.
Eu, por minha vez, escolho a cosmogamia.

domingo, 15 de junho de 2008

Ontem desenterrei registros em sites de Penpal. Afinal a melhor maneira de aprender uma nova língua é se forçar a usa-la. Depois de muitos perfis abandonados larguei a empreitada e danei a pensar. Vivemos, fingimos existir e tudo o que resta é lixo.
Seguindo a linha, lembrei da história do lixo espacial publicada no jornal cerca de um mês e meio atrás. O que fazer com tanta coisa inutilizada lá fora? Findei a empreitada do Penpal italiano pensando na quantidade de perfis em sites de relacionamento, blogs, fotologs, e-mails, icqs e msns abandonados que populam a rede.
Quem foram todas aquelas pessoas? Quantas eram reais? Quantas fingiam ser? Quantos diziam a verdade?
Pensei então na minha adolescência não tão distante. No meu eu internauta de quinze anos de idade, como bom nascido no final da década de oitenta. Fiz o que tinha que fazer e existi como informação. E o que resta agora? FanFictions publicadas que, absurdamente, até hoje prevalecem em primeiro lugar; posts mal escritos, publicados neste mesmo blog; comentários insolentes, inconseqüentes e imaturos em fóruns de discussão. Teorias, teorias, teorias. O que diz todo esse lixo deixado pra trás acerca de mim? Diz, todo o lixo com que esbarramos diariamente na internet, alguma coisa a respeito de alguém?
É uma problemática similar à proposta por Carl Sagan em Contato. E se, anos e anos luz longe daqui, algum tipo de vida inteligente, até então não comunicante, encontrar um vestígio deste mundo de informação... então todo o lixo virtual, afinal, é a melhor descrição possível da humanidade.
Tenho pra mim que quando se pensa em alguma coisa não pensada há muito tempo, é hora olhar para trás e começar um balanço. É algo como sentir saudades aleatórias de alguém e informa-lo disso. Me informaram, e foi a minha vez de passar para frente. Fui transmiti-las, as saudades aleatórias, e divagar sobre as madrugadas. Sempre como levar um tapa na cara o saber que algo foi mais para alguém do que você imaginava. Descobrir que se deve mais passados que se pode calcular. Pensar em tudo o que deveria ter sido vivido e não foi. Quão cedo e quão tarde pode ser a vida? Quantas viagens podem ainda ser feitas? Quantos bits merecem ser convertidos em carne e osso? Quantos beijos sonhados, roubados, pagos?
O tal do endereço continua anotado, na primeira página de um caderninho. Poderia mesmo alguém reconhecer-te numa construção?
Essa coisa toda de estar só me faz pensar em mim mesma. É bom lembrar sobre tudo aquilo que só pode ser encontrado em si. É bom certificar-se que continua tudo ali.
E isso tudo sempre me remete à Los Hermanos. Sinto-me uma verdadeira Casa Pré-Fabricada com um Retrato Pra Iaiá na parede.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A caixa quadrado azul cai sobre o tapete. O cowboy aparece pela segunda vez, conforme prometido, e diz que é hora de acordar. É hora de acordar.

Eu gosto de filmes que falam de cinema. Gosto de coisas que falam de si mesmas, mas isso não inclui o Woody Allen. Gosto mesmo é de ver o narcisismo do ser humano fluindo. O espelho, dentro do espelho dentro do espelho. Narcisismo por narcisismo é melhor que egoísmo. Narcisismo fica consigo mesmo. Sigo, mesmo.
Hoje de manhã me deu vontade de cantar. Não, nenhum motivo especial. Apenas percebi que fazia muito tempo que eu não cantava. E o que cantar? Los Hermanos, claro. Fazia tanto tempo que eu não cantava Los Hermanos. Entrando na onda, fazia muito tempo que eu não escutava Los Hermanos. Talvez a vida fosse melhor quando era Hermaníaca. Parecia de mentira. Não tinha propósito a longo prazo só listras, sorrisos e samba torto e desengonçado no pé. Feito, assim, uma casa pre-fabricada.
Me parece que as pessoas não sabem é se fazer entendidas. Enquanto eu não aprendo, melhor é ficar só. E desde que estou só ando me rindo da vida. Quanto mais rio, mais céptica fico. Não sei se é bom ou é ruim. Nem quero saber.
Eu me sinto bem mais feliz depois que acordei e decidi não parar pra pensar. Esqueça essa coisa de futuro. O que existe é o que você pretende ser, não o seu futuro.
A vida, a vida imita a vida. Pecado é negar-se a admira-la. Não falo em aproveita-la. Curtindo a vida adoidado para o lixo. Falo apenas em vê-la. Encará-la. Rir-se dela. E então, simplesmente não deixá-la te pegar. Aos amores e amados o perdão. Preciso vivê-la sozinha pra variar. A vida. Correr dela, dribrá-la, desiludi-la, afugenta-la, alicia-la e depois rir junto com ela até dormir.
E quando eu aprender a falar, eu falo.

Ó frase Hermaníaca de cada dia...

E o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer.

Ai, O Vento, E como será?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

I think today is the most sad day of the word.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O que é você?
Vontade reunida em pessoa. Desejos saudáveis. Planos bem estruturados. Vontade de ganhar o mundo. Tudo isso a lutar contra a ordem natural das coisas; onde a ordem natural das coisas é só aquele velho tabu a que todos estão acostumados. Afinal, considerando a pátria que lhe foi designada ao nascer e o tipo de cultura que a ela está associado, a vida de ninguém dá certo aos dezenove anos de idade a menos que seja jogador de futebol ou atriz de novela. Por que a sua daria?
Tudo o que se procura é um ponto de partida. Não um sinal divino, nada dessas bobagens. Apenas um marco zero. Aquele vibrar dos axônios onde você diz: “agora vai”. Se me conhece minimamente irá achar todas essas palavras injustas. Como diria minha mãe “O universo conspira a seu favor e joga tudo na sua cara”. Essa é sua nova frase predileta, já que não adianta mesmo tentar convencer uma filha cabeça dura, que não crê em Deus, de que tudo aquilo é um milagre. Sejamos realistas, não é.
Adianta ter a faca e o queijo na mão e hesitar em corta-lo por pura descrença na vida? Parece justo, para alguém que passou a vida inteira ouvindo a frase “você só será alguém na vida se estudar”, ter o seu momento de indagação. Mesmo quando a vida inteira seja ilustrada por um mísero número primo menor que vinte. “Será?”
É essa a hora de parar de tentar organizar os armários de forma eficiente? Não existe organização eficiente nem praquilo, nem pra coisa nenhuma. Existe a eficiência. As pessoas que sabem que ela existe, e as que não sabem.
É esse o ponto de partida? Aceitar que não riram de você durante a infância atoa? Por que sua testa era maior que o normal; por que você gostava de estudar e mesmo assim sua letra era feia; por que você preferia ficar na frente do computador a se arrumar e correr atrás dos garotos mais velhos; por que seu sobrenome era esquisito?! Afinal, onde estão todas aquelas pessoas?


é.

Talvez tenha chegado a hora de embargar o estilo literário em vigência. Aquele, das palavras soltas. Palavras certas, muitas vezes, porém soltas. E começar a construir um próprio.
Talvez a originalidade seja mesmo algo que se desenvolve.