quinta-feira, 28 de julho de 2005

Relampeou outra vez.
São as chuvas que vem chegando, como batedores que vêm anunciar a chegada de seu rei.
Queria eu que todos os dias fossem manhãs de inverno, apesar de eu ter perdido a maioria das últimas por culpa da insônia.
A explicação para ¿D. Insônia, o retorno¿ é simples: Férias são tempos de passar os dias de semana na monotonia do meu quarto. O que automaticamente me leva a quadruplicar o consumo de café o que provavelmente é o causador da minha ausência de sono e o inibidor (no sentido químico da palavra) do testemunho de manhãs claras e frias.
Mas aqui estou eu, encarando os senhores batedores pensando em algum artifício que os faça voltar atrás em seu caminho e avisar à sua majestade que ela não será bem recebida esse ano.
Mas que posso eu, reles mortal, contra o tempo? Ele que é implacável, e que agora, como concluo, acaba de levar embora aquela menina e metade do meu coração.
Só me resta encarar a vida e que venha a Primavera.
Só me resta manter a coragem e a fibra que gastei o último mês reunindo para na terça próxima fazer aquilo que tem que ser feito, dizer o que tem que ser dito.
E mais uma vez eu digo: que venha a primavera e leve embora logo tudo isso que tem doído e que só tende a doer mais.
Mas pela terceira vez que venha a Primavera e que ela mantenha o seu vício de trazer pessoas novas e especiais pra minha vida... Tomara.

É de lágrima [Marcelo Camelo]

É de lágrima
Que faça o mar pra navegar
Vamo lá!
Eu não vi não final
Sei que o daqui teimou de vir
Tenaz assim, feito passarinho

É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim
E ao senhor de iludir
Manda avisar que esse daqui
tem muito mais amor pra dar.


O porquê da música? Três Porquês:
Porque eu estava no show em que ela foi tocada pela primeira vez e porque é bem isso. Porque o a voz do camelo no final da música me causa arrepios.
E Porque eu posso ter chegado ao meu recorde mas ¿manda avisar que esse daqui tem muito mais amor pra dar¿...

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Nada como uma manhã como essa para refletir como a vida é. E não me refiro ao clichê da manhãs chuvosas me refiro exclusivamente à esta, de hoje: O céu muito azul, nenhuma nuvem, o sol fraco e um frio de matar.
Já disse que adoro dias frios? Eles me dão a desculpa da baixa temperatura para não sair de casa... eles me fazem pensar.
O que é prioridade? O que eu sinto? Quem consegue me fazer sentir?
Admito que a última pergunta me faz tomar decisões bruscas, à vezes.
Amor... Carinho... Lascívia... Saudade!
Sinto falta de tomar um ônibus todas as manhãs e no fim de cada tarde. De atravessar a cidade observando aquele mundaréu de pessoas. O que estão pensando? O que estão sentindo? Porque sorriem? Porque não?
Recentemente comecei a me perguntar o que eu realmente quero para o reto da minha vida. Quem eu realmente quero para o resto da minha vida. E pensar sobre isso me levou à um exercício de teatro que fizemos, ainda no cefet, há quase um ano atrás.
Deveríamos, de olhos fechados, deixar a imaginação fluir, a começar por onde estávamos.
Porque lembrar disso agora? Porque no meu exercício era uma manhã clara e fria como esta, e eu me encontrava observando-a com uma xícara de café nas mãos, como agora.
Lembro-me ainda do aspecto do lugar. Erauma casa no alto de uma montanha. Uma casa aconchegante onde, não sei como, eu sabia que estava lá para escrever. Havia um cheiro do café que eu acabara de fazer no ar e, na cama desarrumada, alguém dormia.
Deveríamos então pensar sobre o que sentíamos naquele momento. Eu me sentia feliz por acordar cedo e poder presenciar, sozinha, o dia nascer.
Agora deveríamos sair de onde estávamos (se é que estávamos em algum lugar) e seguir até a margem do rio.
Que rio? Eu estava no alto de uma montanha! Então cheguei à beira do abismo e o vi lá em baixo. Desci. Não foi difícil. Havia uma espécie de escada para tal ofício.
Deveríamos então atravessar o rio. Outro trabalho fácil. O rio era raso, apesar de muito frio.
¿E o que há do outro lado?¿
Nada. Uma imensidão de terra gramada. Nem de cima do abismo podia-se enxergar o fim.
¿O que você sente agora que atravessou o rio?¿
Senti que não havia muito propósito naquilo e que eu deveria voltar. Alguém logo vai acordar e, além do mais, eu devo escrever.
Ao término do exercício, cada um deveria narrar o que ocorrera. Alguns garotos se viram em uma praia com um mulherão do lado, e ao ter que atravessar o rio encontravam somente a imensidão do mar. Houve alguém que sequer encontrou o rio... Alguns nem deram conta do exercício.
Na época não gastei mais do que a volta pra casa, de ônibus, pensando a respeito. Mas hoje, me lembrando daquele exercício do teatro eu me pergunto: Seria aquilo como o resto da minha vida? E quem era a pessoa que dormia? Seria a mesma pessoa que fui conhecer 2 meses depois?
O futuro é matéria tão incerta e como posso eu ficar pensando sobre ele? Como posso eu prever como serão os anos se nem prever pude que um domingo de festas abalaria minhas certezas com tamanha força?
E eu que nunca quis ter certezas agora me depara com uma porção delas, quebradas.
E a quem me vê pensando sobre como será o amanhã e sentir-se propenso a me interpelar sobre o que, a propósito, eu pretendo... o que eu realmente quero para o amanhã, eu digo: Eu ó quero perder o fôlego ao ver A pessoa pela primeira vez... de novo... Só quero conseguir não conter mais meus impulsos da próxima vez e não deixa-la ir embora em ouvi aquilo tudo que eu tinha pra dizer...

Perde-se a batalha mas ganha-se a guerra?

Vem comigo?
[Vi essa imagem num flog e achei apropiada]

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei" (Clarice Lispector)

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Vento no Litoral
(Legião Urbana)

De tarde quero descansar, chegar até a praia,
Ver se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras.
Sei que faço isso para esquecer,
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.

Agora está tão longe,
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção.

Aonde está você agora,
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer,
Foi só o tempo que errou.
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo.

Quando vejo o mar,
Existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem.

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim,
Quero ser feliz ao menos.
Lembra que o plano era ficarmos bem?

- Ei, olha só o que achei: cavalos-marinhos.

Sei que faço isso para esquecer,
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.


Sem muito à declarar... As palavras não tem conseguido sair da minha cabeça ultimamente... Acho que eu tô confusa....¬¬