quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

sábado, 27 de outubro de 2007


É amanhã! :)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pergunta quem é. Exige uma definição pessoal para o que é ser “eu”. Tem surtos de “vou escrever sobre isso” no meio da tarde. Larga os estudos e vai escrever. Nunca escreve sobre nada. Nada que seja bom. Acha que tem complexo de inferioridade. Tem não, desenvolveu. Disseram que a letra parece com a de alguém que não conhece. Disseram isso três vezes. A letra de todo mundo parece com a de qualquer um. Exceto pelo espalhamento no papel. Papel pode ser amarelo. Porque a luva fica amarela é um mistério. Derrama todo o conteúdo da caixa de isopor pelo corredor. Corredor vazio. Corredor parece corredor de filme. Corredor faz som de corredor frito. Frito nada, congelado. Nitrogênio é bonito porque faz fumaça. 99% do universo é Hidrogênio. Troque oitavo por décimo quarto e confunda os dois. Onde há fumaça há fogo. O universo das focas também deve ser de hidrogênio. Eis o período migratório. Se a nave de sucata funcionar a gente vai fazer turismo na lua. Daqui a pouco vai querer estudar hebraico coloquial. Não sabe o que fazer primeiro. Testa diferentes tipos de grafite. Escreve muito forte, tenta escrever fraco. A matéria é de experimental. Matéria experimental. Estilo literário experimental para experimentar um novo tipo de licença poética. Texto curto. Tempo curto. Tempo de um curta.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007


I SEE WHO YOU ARE
(Björk)
I see who you are
behind the skin and the muscles
I see who you are
and when you'll get older later

I will see the same girl
the same soul
lioness, fireheart
passionate lover

and afterwards
later this century
when you and I have
become corpses

let's celebrate now
all this flesh on our bones
let me push you
up against me
tightly
and enjoy every bit of you

let's celebrate now
all this flesh on our bones
let me push you
up against me
tightly

let's celebrate now
all this flesh on our bones
and enjoy every bit of you


I see who you are


Só porque fazia anos que eu não coloria isso com uma imagem.

domingo, 26 de agosto de 2007

A pontuação é por conta do leitor
até que ponto influencia _ até que ponto influencia conscientemente _ até que ponto influência propositalmente _ a partir de onde é inconsciente _ a partir de onde é incoerente _ a partir de onde é inconseqüente _ inconseqüência de quem influência _ inconseqüência de quem se deixa influenciar _ incoerência que em tudo vive _ incoerência de quem é inconseqüente _ inconseqüência do incoerente _ até quando deve lembra-se disso _ até que ponto deve ser esquecido _ pra quem vai o crédito _ pra quem vai o descrédito _ tanto pode o crédito e o descrédito a um só pertencer _ quanto pode não passar tudo de pretensão _ pretender não influenciar _ pretender não deixar-se influenciar _ pretender ser menos incoerente _ inconseqüente _ remédio _ tem remédio _ impossível remediar _ ninguém precisa _ ninguém merece _ ninguém sabe precisar _ eu sei _ você não_ eu não_ você sabe_ não sabe _ eu _ você _nós _não eu _ não você _ ele _ ela _ela _ ela _ talvez _ ela _ aquela _ qual ela _ não ela _ praquela _ aquarela _ pinta tudo _ gira tudo _ arco-íris _ não _ não _ se gira tudo _ branco _ preto _ branco _ no preto _ é cinza _ madeira _ papel _ em branco _ não _ traduz não _ não sabe _ nunca aprende_ nem pergunta _ aonde vai _ aonde leva _ de onde veio _ pra onde foi _ de que cor era _ porque não foi _ porque não veio _ por que acabou _ antes da hora _ tarde de mais _ chegou atrasado _ saiu atrasado _ adiantou-se _ demais _ ontem _ hoje _ mês passado _ dez anos atrás _ já foi _ já passou _ já era _ vem outro _ que outro_ vem outra _ mais uma _ agora outra _ iih já era _choveu _ palavra.

sábado, 18 de agosto de 2007

O fato de se possuir internet no computador de seu quarto, vinte e quatro horas por dia os sete dias da semana pode não implicar que passará a escrever diariamente como fazia há tempos atrás. Por outro lado cessa-se assim o processo escrever / não ter como publicar / salvar o texto em alguma pasta / uma semana depois achá-lo / lê-lo / achar que o texto é péssimo / deletá-lo, já que de uma forma ou de outra, antes que venha o ímpeto "falta de ego do escritor" o texto já estará em seu devido lugar. Já faz tempo desde que a atividade era semanal, quase diária. Então cai sobre nós a dúvida. Seria escrever como andar de bicicleta? Ou ainda: Seria o hábito do surrealismo a perdição de qualquer coerência textual? E enquanto uns perguntam se existe vida após a morte me pergunto se existe atividade literária após o cálculo. Um indício preocupante é a piora na dicção. De repente falar integral e entregar na mesma frase torna-se um tremendo trava língua. Mudar-se para as humanas? de forma alguma. Ainda prefiro o niilismo numérico ao comunismo. Mesmo que o café não cure a ansiedade e que a série do livro que te fez começar a escrever e era provavelmente o último resquício da infância tenha chegado ao fim. Cada um tanto pode sempre ser o último parágrafo a ser escrito; quanto pode, vilmente, ser o primeiro dos que virão. E então o dia após dia. A sucessão de fatos. Os fluidos. Os efeitos fotoelétricos. A cólica. A pilha de livros. A greve da biblioteca. O erro absurdo nos dados experimentais. A paciência e sua existência, divida nos extremos de ser perdida ou mantida. O instante. "...para cada instante de meu passado mil futuros diferentes me parecem concebíveis."¹ O cheiro do café. O ar condicionado. A chave a ser copiada. Afinal, o cálculo servindo à física; gaal servindo à física; nós mesmo servindo à física. O burburinho de gente. O barulho do ônibus. O barulho da cidade. O barulho da máquina. A música do vizinho. Junte todos e enlouqueça. A máquina de vácuo. O caderno de receitas. Os cartões na parede. O chapéu coco se enchendo de poeira. O boneco de neve, ainda na prateleira. O pateta de camisola. As coisas empilhadas. Os assuntos empilhados. As chances empilhadas. As roupas empilhadas. Os biscoitos empilhados. Os papéis empilhados. Nada gangorrando. Então escreve? Empilhando palavras, ou desempilhando tudo. É quase a dualidade onda-partícula. Boa tarde e até amanhã.


¹Beauvoir

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Recebe a prova. Provavelmente a sua pior nota em alguma coisa que envolva números por toda a vida. Não que não estude. Estudou uma semana inteira a fio para a prova em questão. Sem cinema, sem literatura. Cálculo. Cálculo. Cálculo. Guarda a prova na bolsa sentindo um quê de amargura na garganta e toma o caminho de casa. Não há nada mais óbvio a se fazer. Resignação, eis a única possibilidade. Pensa na garrafa de café que tomará e nas centenas de páginas sem graça que terá de ler. Os exemplos numéricos que terá que analisar. Nas letras gregas que usará. Nunca sua vida nunca pareceu tão chata e medíocre como agora. Não ler. Não ir ao cinema. Não filosofar em um buteco. Não escrever - sobretudo não escrever. Afundar-se no cálculo. Estudar outra língua como um instrumento para afundar-se ainda mais no cálculo. E para que? Que poesia há por trás disso tudo? Onde está a física? Onde está a física, aquela cuja única serventia aparente é resgatar a poesia por trás dos aparentemente inúteis números?! A mãe se preocupa. "Que tal um professor particular?" O que soa quase como insulto. Viver dezoito anos livre de professores particulares (se tornar um) para necessitar de um deles? Nunca! Nem se não houvesse chance de recuperação. Assumir as próprias responsabilidades. Esta é a questão. Aceitar-se a si mesma com uma nota abaixo da média (e muito). Talvez dispensar o futuro coordenador da termodinâmica, pensa ao lembrar-se da batalha perdida junto as equações diferenciais e do quão alheios os companheiros de empreitada possam inocentemente se tornar. Tudo ao seu tempo; deveria ter ouvido a mãe. Você terá um estágio quando estiver pronta para isso. Deveria ter ouvido o amigo da família, o filósofo; aquele que sempre pergunta se ela continua escrevendo. "Sim", sempre responde embora nem sempre isso seja verdade. Pensa no quão realizada sente-se em ter voltado a atrapalhar as estatística à cerca de quantos livro um brasileiro lê por ano, quando julgou ter sua vida literária marcada, de forma negativa, para sempre pelo fatídico ano de vestibular. Observa, já em seu quarto, a pilha de livros recém adquiridos no oitavo (ou seria nono?) salão do livro. Como seria feliz se pudesse esquecer o cálculo e se dedicar a eles. Se tivesse coragem. Mas é alguém que leva a vida a sério. Ou tenta levar. Assim como aprendeu desde a infância. Começa a desocupar a escrivaninha a fim se entregar ao cálculo pelo resto do dia. Abre a mochila em busca do estojo e se depara com o livro que passou a última madrugada lendo (inacabado). Pensa no cálculo que deve ser estudado. Pensa nas provas da semana. Nas balas que devem ser desenformadas amanhã ou depois. Pega o livro e volta a lê-lo. O cálculo pode ficar para depois. Deveria voltar a escrever. Sempre foi a sua válvula de escape. Sim, voltará a escrever assim que terminar este livro.
Eis aqui o mundo, você vive nele e é grata por isso. Tenta ser grata.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

" Ai, Viramundo de minha vida, que vira Minas pelo avesso, sem revelar aos meus olhos o seu mais impenetrável mistério! Ai, Minas de minha alma, alma do meu orgulho, orgulho de minha loucura, acendei uma luz no meu espírito, iluminai os desvãos de meu entendimento e mostrai-me onde se esconde esse vagabundo maravilhoso, esse meu irmão desvairado que no fundo vem a ser a melhor razão existir. Foi ele, esse iluminado de olhos cintilantes e cabelos desgrenhados, que um dia saltou dentro de mim e gritou basta! Num momento em que meu ser civilizado, bem penteado, bem vestido e ponderado dizia sim a uma injustiça. Foi ele quem amou a mulher e a colocou num pedestal e lhe ofereceu uma flor. Foi ele quem sofreu quando jovem a emoção de um desencanto, e chorou quando menino a perda de um brinquedo, debatendo-se na camisa-de-força com que tolhiam o seu protesto. Este ser engasgado, contido, subjugado pela ordem iníqua dos racionais é o verdadeiro fulcro da minha verdadeira natureza, o cerne da minha condição de homem, herói e pobre-diabo, pária, negro, judeu índio, santo, poeta, mendigo e débio-mental. Viramundo! Que um dia há de rebelar-se dentro de mim, enfim liberto, poderoso na sua fragilidade, terrível na pureza de sua loucura."

[Fernando Sabino, O Grande Mentecapto]

Arrumei um novo motivo pra escrever um livro. Quero imitar o Sabino e expulsar uma personagem do meu livro. Sim, sim! Eu quero ser Deus. huunf!
E não é uma simples imitação. É uma manifestação artística mais fantástica do que pessoas de vermelho no 5102.
Vê? O vermelho continua, muda só o meio. Sem ônibos mas através de uma Olivetti. Oh! Romantismo furado!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Texto incompleto de (provavelmente) uma semana atrás.

O tipo de pessoa que fala muito rápido, mas parece que pensa mais rápido ainda. Uma coisa leva a outra, ou a outra leva a uma; sabe-se lá. Ao menos não é gaga. Não lembro onde li, mas dizem que mulheres não são gagas. Não sei se é verdade, mas vai ver pselismo é uma doença tipicamente masculina. Obviamente, não é gaga. Mas fala rápido e tenta falar enquanto pensa a coisa. Não consegue. Então pensa de volta pra tentar lembrar o que estava pensando quando começou a falar. Embola tudo. Parece complexo, mas não é. É só uma emboleira, simples assim. Gosta de falar e explicar. Mas embola, fica nervosa, embola mais e diz coisas que deveriam explicar, mas complicam mais ainda. Sabe como é?
Talvez devesse procurar um remédio homeopático. Sabe? É metafísica pura, brou. Vão e dizem que a água tem memória. Então alguém diz que não. Começa o ¿sim¿, ¿não¿, ¿sim¿, ¿não¿. Chega um terceiro e diz: ¿quer descobrir a verdade? Uai! Pergunta pra ela!¿ Mas então um diz: ¿a água não fala, como vai dizer se tem memória?!¿ O outro levanta e vai embora. Passa coisa de hora e ele volta com um microscópio. Sai catando água. Água da torneira. Água benta. Água da privada. Água da chuva. Água do orvalho. Coloca tudo quanto é gota d¿água no microscópio e diz: ¿olha! O formato é diferente. Logo, água tem memória.¿ O outro desiste da discussão, vai embora. O outro, o da água, fica rico. O que concluo com isso? Você pode abrir uma empresa e não ficar rico. Mas faz um caixa dois e tudo se resolve. Analogamente, você pode fazer física e morar na casa da mãe pra sempre. Ou pode transformar tudo em metafísica. Eis o segredo da coisa.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

A banda
A banda passa e encanta, afinal esta é matéria componente das bandas. Encantamento.
A banda tem trompete, trombone, clarinete, clarone. A garotada se maravilha com tanta novidade.
A banda passa, carnavalizando tudo. Os ancestrais de Murilo Mendes saltam da moldura e vão atrás da banda. A garotada aprende depressa e vai atrás também. Aprende a pintar o nariz, a ser pierrot e a sambar a dois.
A banda agora passa em meio à chuva de confete e serpentina. É a garotada que aprendeu a contra-regrar. É um trabalho assíduo.
Mas a banda passou.
O carnaval acabou.
Não volta mais.

sábado, 31 de março de 2007

(Isto sou eu.)
Existem vários problemas válidos.
Seria Fernanda uma galinha esférica gigante?
Tomando como base o exemplo do cubo de gele esférico... seriamos capazes de, considerando as calotas polares também esféricas, calcular quanto tempo demora até derreterem? Assim como no caso de um cubo de gelo em que a cada hora 1/4 do volume do cubo (que é teórico, e por isso esférico) se derrete. A princípio pode parecer que de 1/4 de alguma coisa cada vez menor e 1/4 de algo menor ainda nunca se chegaria ao final do derretimento. Mas o tempo t gasto não é como um oito deitado. Quando tempo útil nos resta até que o tempo t limite seja alcançado? Mais drasticamente: quanto tempo de vida nos resta até lá? Até quando teremos que agüentar este calor insuportável.
Pensando bem, talvez a Terra não seja mesmo redonda. Aquela de que ouvimos falar, azul e redonda, é só uma Terra teórica (ou seja, esférica) e nada mais que isso.
E é exatamente por isso que o Acre não existe e o sete é verde... e 42 é o número exato de mentira que nos contaram.
Mas, como era mesmo a frase de início de palestras do cara do "estrondão" (lê-se Big-Bang)? "Se você contesta demais é porque não sabe de nada". Acho que não era essa a frase, mas, falha de memória à parte, fica sendo.
Todo dia de manhã eu acordo e percebo o quão pouco eu sei e o quão insignificante sou perante todas aquelas estrelas que existem lá fora, mas que não podemos ver por residir em criações humanas com lâmpadas de não sei o que com sódio.

terça-feira, 27 de março de 2007

Com licença. Com licença.

" - Eu desejaria que se dançasse...
Pois os jovens não sabiam conversar. E para que conversariam? Gritar, enlaçar-se, rodopiar, levantar cedo; levar açúcar para os pôneis; beijar e acariciar os focinhos de adoráveis cães; e depois, palpitantes, mergulhar e nadar. Mas os enormes recursos da língua inglesa, o poder que concede, enfim, de comunicar sentimentos ficavam-lhes vedados. Estabilizar-se-iam. Mostrar-se-iam bons, mas apenas bons, um tanto enfadonhos talvez.
- Que pena! - disse ela. - Eu esperava que se dançassem."



E já peço desculpas, me perdoa?

sexta-feira, 16 de março de 2007


Vamos brincar de ser ficção. Calcular erros, que não são mais erros já que os filmes que assistíamos estão ultrapassados. Calcule agora a incerteza. Já não é mais moda errar; brilha quem é incerto.

Talvez um ser dotado de vida inteligente, em uma outra galáxia, tenha recebido através de ondas de rádio o tal do Pi em código binário e, desde então, gargalhando, nos assista e ele provavelmente concorda comigo: Hoje tudo é circo e todo mundo se diz palhaço. Porquanto palhaços e circos de verdade assentaram-se num boteco copo-sujo e, desde então, estão a encher a cara por não terem mais lugar nesse recinto circular, coberto, cercado de lona, todo desmontável, onde se realizam espetáculos de malabarismo e hoje em dia conta com um ¿não sei o que moderno¿ desenfreado.

Moças cegas nunca mais sorrirão ao receber flores que elas nem mesmo possam ver. Os livros que talvez eu nunca leia e os filmes que continuarão passando e passando. E passando. Já que passar é aparentemente a única coisa que há para se fazer.

Acabará então na estante, como tudo o mais ¿ e os livros nunca lidos e os filmes já passados -, antes que vire pó; já que tudo ou vira pó, ou se enche de pó.

Vamos demitir todos os vocalistas e então tudo será balé. ¿ Quem precisa de letra? - Que se explodam (ignorando a ausência do presente do subjuntivo para este verbo) as demais línguas. Já que as pessoas não falam mais inglês na aula de inglês e eu estou aqui falando grego.
Vamos brincar de aportuguesar as palavras e cuspir afirmações absurdas. Descobrir garotos nerds ao inverso. Num mundo onde todo bambambã domina a informática, ser um cara que não sabe sequer abrir a calculadora do windows ou minimizar uma janela.

Que graça há, afinal, em ser ou não ser? Provavelmente não foi Shakespeare o maior comediante dos últimos séculos, por mais que afirmar isso contradiga a retórica. Melhor parar de carnavalizar a vida e começar a lustrar a estante onde um dia se acabará. Aquela mesma onde estão palhaços e circos em coma alcoólico; e, é claro, um trágico transfigurado em comediante. Enquanto procura a própria estante, seus pés pisarão num carpete pardo e empoeirado que abafa o som dos seus passos e haverá um silêncio suspenso que não é nem de vitória nem de derrota, já que ele não sabe ser ou não ser e é apenas um silêncio. Perplexo, irresoluto, indeciso. Mais um do que as outras duas, mesmo as três significando resumidamente a mesma coisa.
Vamos não ser, mas também não não ser. Vamos ser o que então?
No fim das contas comédia não é tragédia somada ao tempo. Foi só mais uma mentira que lhe contaram, ou uma ilusão que lhe embutiram. Já que você pode ter treze anos e achar que é o lindo centro do mundo. Ou pode ser só mais um cara que erroneamente ficou afim de mim. A única coisa em comum é que olharei para ambos com olhos de pura fleuma e os dois continuarão achando que os levo a sério. Mas eu sou só alguém que queria fazer circo. E eu só penso em dormir.

sábado, 3 de março de 2007

¿A vantagem de ser um matemático é que se pode ter uma galinha esférica. Isto é, temos um problema físico sobre o que se observa ao jogar uma galinha pra cima. Um matemático pode dizer simplesmente que a galinha é uma esfera e obter um problema não muito complicado. Já físicos e engenheiros são obrigados a estudar qual a influência do real formato da galinha, suas penas, bico e patas, tendo assim um problema bem mais complexo envolvendo diversas incógnitas.¿ Fala da professora de GAAL (geometria analítica e álgebra linear). E no fim das contas nos contaram que ela é graduada em física, mas se desencaminhou para o lado da matemática depois de formada.
A conclusão do dia: Quem foi que disse que alunos do Icex não aprendem com seus professores a obter e exercer suas licenças poéticas?

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Coleção de selos é chata

Guiddo era um pé grande, isso mesmo um gigante que morava na neve. Ele morava sozinho, pois os outros gigantes abandonaram a montanha com medo dos homens-pequenos que apareciam aos montes nos últimos anos, eles subiam a montanha toda para depois desabar de lá em pranchas. Mas isso não importa, a montanha estava tomada e Guiddo estava sozinho.
Foi assim por muito tempo, ate que um dia um homem-pequeno se aventurou mais do que devia e chegou bem perto da caverna onde morava o gigante. Guiddo obviamente já estava vigiando o pequeno intruso. Primeiramente viu aquele ser como um delicioso petisco, mas ao vê-lo mais de perto percebeu uma incrível semelhança dele com seus filhotes. Guiddo estava tão só que pensou que poderia conversar e eles se tornariam amigos.
- AHHH! AHHH! Socorro! Socorro!
- Calminha amiguinho, eu sou só um pé-grande...
- Socorro! Socorro! Um monstro!
- Não, não... monstro não....
- AHHH! ¿ e ao se recuperar do choque inicial saiu correndo o mais rápido que pode, de tanto pânico, acabou por tropeçar em uma pedra e cair dentro do lago congelado. Guiddo apresou-se para tirá-lo do gelo, mas era tarde, aquele homem-pequeno já havia se transformado em gelo.
Em parte Guiddo gostou muito da idéia de ter seu ¿amigo¿ congelado, assim ele sempre teria uma companhia que nunca o abandonaria.
Guiddo gostou tanto dessa idéia de ter amigos congelados que logo queria mais. Então ele começou a atrair homens-pequenos e a atirá-los no lago ate que virassem cubos de gelo. Guiddo passava a maior parte do tempo conversando, brincando ou tomando chá com seus amigos, ele gostava de passar horas só observando os cubos, cada um mais diferente do que outro. Guiddo deu nome a todos seus amigos.
Porque colecionar selos? Guiddo coleciona amigo.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Continuo sem entender o porquê dessa ânsia latente por uma explicação plausível para tudo o que tem se passado.
Talvez porque pareceu valer a pena, eu tenha perdido um pouco o rumo.
Neste exato momento não consigo presumir com exatidão que exista algo que eu possa realmente querer. Se paro e penso, penso e descubro que por mais que eu queira uma porção de coisas, no fundo não desejo nada.
Numa expansão de milésimos de segundo tudo pareceu mais cálido, mais nítido. Seguidamente aqui estou, mergulhada na tão referida banheira de gelo.
Fria, eu? Eu só estive nua e desarmada de uma forma inédita.
Não consigo encontrar as palavras, a escrita, não sei onde tudo foi parar.
Passei alguns dias querendo chorar e na hora apropriada eu não chorei.
Frigidez?
Reivindico a abolição das definições. Por favor, façam-me parar de intitular...
Uma sala acolchoada e uma camisa de força devem funcionar.
Talvez uma injeção de Caeiro.
Estou à beira de uma overdose niilista por não consegui intitular alguma coisa.
Livre-me disso.
Onde está a palavra que definirá e crucificará o momento? Reformulem o dicionário, retirem a palavra carnal e excluam a metafísica e o transcedental. Eu preciso de números, onde estão os números? Pés foram feitos para serem mantidos no chão, porque voam? Voltem! Pareço um balão humano em uma cena de um filme surrealista que assisti. Mal sabe alguém que é o único a me manter ainda firme sobre este lugar, seja ele qual for.
O que é isso?
O que é isso?
É um fluxo?
Flua.
A seguir temos a cena em que olho para parede procurando uma explicação e ela fala comigo.
Como a melhor semana de mais de uma vida pode acarretar uma mistura de melancolia e felicidade tão intrínseca seria uma boa questão filosófica para uma mesa de bar.
Talvez só reste esperar, mesmo sem saber o que se esperaa. Subiste certo temor de talvez passar a vida toda esperando que aquele sensacionismo volva. Paralelamente surge uma vontade nova de encher a cara até a língua tornar-se dormente e perder a fala, e então me sentar diante dum papel e forjar algo inexperto.
Dentro de algumas horas o dia nascerá e eu continuarei aqui numa ânsia ordinária de sabe-se lá o que.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Viajar em formas e cores de fogos de artifício é bom.

Agora um parêntese denotativo de toda a lamúria de ano velho ("para quês revellion").

O enredo da vida é cíclico. De todas as vidas.
Coisas, coisas ínfimas e cíclicas.
O comportamento é catatônico e assustador.
Libações causam-me certa ânsia niilista.

É tudo uma coisa qualquer que já vi.
Todo mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros,...

Então, vamos ao vestibular.

Talvez não tenha nascido para 'sexo, dogras e rock 'n roll' e neste ano novo talvez torne uma adulta careta para todo o sempre.

Those who have seen your face
Draw back in fear.
I am the mask you wear,
It's me they hear.

*



*Homenagem ao melhor cantor da festa.