sexta-feira, 30 de julho de 2004

Vizinhos novos

Cheguei de viagem ontem. Estive em Brasília, lá é simplesmente fantástico. Isto é, fiquei com a vista doendo porque nunca estive num lugar tão claro, mas apesar disso fiquei encantada. De lá fui pra Caldas novas. ¿ Preferia ter ficado em Brasília ¿ Em caldas novas não tem nada além de parques aquáticos. Ah! E tinha um tal de Jardim do Japonês que tinha uns macaquinhos divertidíssimos. Eu e a Cecília (Minha irmã mais velha) nos divertimos horas assistindo a rotina dos bichentos. Mas no mais...bah!

Pois é... como eu disse, cheguei de viagem ontem...fui assistir senhor dos anéis quando eu resolvo sar na garagem e vejo do outro lado do murinho um garotinho de uns seis anos correndo pra lá e pra cá. Logo eu deduzir que meu antigo vizinho já tinha se mudado. Pois é, só sei que parou um caminhão gigantesco ali agora e não param de descer com coisas e mais coisas. Os vizinhos chatos da frente...ah! Eles devem estar excitadíssimos. Não saem da janela. Daqui a pouco começa a fofoca. ¿Vocês viram os novos moradores ali do 321?¿ ¿Quem mudou? O Careca ou o grandão?¿ Minha mãe disse que só no trajeto até o sacolão ela foi interpelada duas ou três vezes sobre os ¿novos vizinhos¿.
Porque esse povo é tão curioso? Pois é, como acabei de acordar, estou ainda de pijamas e descabelada, não pude abrir a varanda pra dar uma espiada. Ok! Eu vou resistir, eu juro!

Estive lendo os comentários do meu último post e o(a) T perguntou-me porque eu não cheguei a enviar o poema pra quem ele foi feito. Bom, talvez eu o tenha subjugado, talvez não. Talvez seja essa maldita timidez...não! Eu não sou tímida, resolvo qualquer problema com naturalidade...enfrento tudo! Mas quando é essa coisa de paixão e tudo o mais eu pareço travar. Pois é, pela timidez e pela falta de credibilidade (Eu achei que o garoto não era o tipo de cara que entenderia esse tipo de poema.) eu não entreguei.

Acho que todo ¿romance¿ nos ensina alguma coisa. No caso do meu último ficante sério creio que não foi um romance. É como diz o Luís Fernando Veríssimo : Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Pois é, o último não foi um romance. Creio eu que foi porque bem querer não é paixão.
Mas falando do ultimo romance, ele me ensinou a ter calma. Calma que o dito cujo atual muitas vezes ressalta: ¿Julia, você é uma pessoa muito calma!¿. Pois o fim desse está tentando me ensinar alguma coisa. Ainda não consegui descobrir o que. Mas estou usando da calma para tentar ver as coisas de uma forma mais clara.

Quem era ele? Um cara para o qual eu tapei um olho, pra enxergar só as qualidades, pra tentar transformar em um cara perfeito. Um cara que não teve o patife de chegar pra mim e se expressar sinceramente. (É como eu disse, em algum post anterior, o que adianta a minha sinceridade se a dos outros falham?) Resumidamente ele foi como um trecho de um poema de um livro qualquer que eu não consigo me lembrar, agora, o nome. Haja o que houver esse garoto foi rei!

Quem era ela? A pessoa na qual eu mais confiava atualmente mas que no momento eu vejo como apenas uma pessoa a mais na lista daqueles que fazem bobagem e algum tempo depois chegam pra mim e dizem: ¿Julia, você é grande!¿ Não briguei com ela. Prometi ligar assim que eu chegasse mas eu simplesmente não liguei. Esse é um dos momentos em que eu preciso não brigar. É lógico que eu posso me controlar caso a gente se encontre. Só que há uma característica em mim, uma estranha característica em mim: Quando magoada eu tenho um enorme poder de ser cruel. (Alguns chamam isso de qualidade, outros de defeito, ainda tem os que dizem que é doença...eu vejo como um dom, apenas um dom que deve ser controlado...) E eu não quero correr o risco de fazer isso com ela. De faze-la sentir-se culpada, definhar-se.

Só sei que em todas as vezes que eu fechei os olhos e tentei lembrar dos dois foi um terceiro rosto que me veio à mente. Acho que só isso pôde diminuir a minha dor. É como num daqueles casos em que você passa a festa inteira olhando para um cara e no fim, quando você continua sozinha, você olha pro lado e vê um outro cara, aquele que voluntária ou involuntariamente esteve por toda a festa ao seu lado, e você sequer tinha notado.

As aulas recomeçam na segunda (Isto se não houver greve! Afff!) e é aí que o bicho pega! Quem sabe tudo isso renda um romance pra participar do concurso Sesc de literatura? Tomara.

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