sábado, 6 de maio de 2006

A Petrobrás constrói um gasoduto da Bolívia ao sul do Brasil e de repente surge uma nova febre: Total Flex que nada, todos querem abastecer seus carros com o gás natural boliviano. E os bilhões de reais gastos? Um excelente investimento.
Pois eis que surge um Índio-Presidente-Índio boliviano e diz "Ei! O gás é nosso" e poft! O Brasil vira de cabeça para baixo.
E que venham várias aulas sobre o assunto, afinal de contas, tudo antes do meio do ano cai na Federal. É geografia, economia geopolítica. História. E, modo corriqueiro do Junio História de tratar o assunto à parte; se fossemos os Eua, a essa hora Evo Moraes já estaria sendo mandado para a prisão da base militar Americana em Cuba, onde ficam todos os prisioneiros da pior espécie.
Não somos. E como Lula alegará que não tem dedo suficiente e não fará nada, que dentre alguns meses venham os Ianques às nossas fronteiras!

Lembro. Tinha meus catorze anos quando os Eua invadiram o Iraque. Quase morri de preocupação. Liguei para o cara que namorava na época, Diogo, e nas duas horas seguintes ele tentou me convencer de que aquilo não renderia uma 3ªGuerra Mundial e mesmo que rendesse, ele e meu irmão não seriam recrutados.

Pois eis que surge o próximo da lista do Bush após o Irã.
Talvez eu devesse ligar novamente para o Diogo e dizer que dessa vez não vai só ele e meu irmão, mas o Lázaro, o Felipe e o Salgado também.
Pensando bem, ligar pra ele seria meio complicado já que a última notícia que tive de Diogo foi que se mudou para a Escócia para morar com o Pai. Talvez nesse momento ele esteja ensinando às escocesas a dançar axé, alheio às medidas malucas do Índio Coqueiro.

Não. Não ria de mim. São medos tolos. Apenas meus medos tolos.

Vê. Hoje eu não estou me descabelando. Assisto a tudo com uma frieza débil. Talvez eu devesse opinar. Talvez eu devesse pregar que se legalizassem a Coca, o problema econômico com a Bolívia se resolveria. E talvez quanto, o Irã não esteja brincando com fogo e tenha alguma carta pior que Bomba atômica na manga.

Ainda não vi Duendes, mas: "Se fosse para viajar, qual seria o seu maior medo nessa história toda?"

Se fosse para viajar... eu lembraria do filme. Aquele, muito bom. V de Vingança. Ou como diria a antipática da Veja: "B de Bobagem". Bobagem nada.
E se no meio desse mundo de cabeça pra baixo o não sei o que Macedo dono daquele castelo na Av. Olegário Maciel - com direito à quarto de Luxo para Pastor e dizimo parcelado - resolvesse dar um golpe de estado e recriasse o Fascismo acrescentando-lhe um quê moderno.
A quem ele perseguiria?
Primeiro aos freqüentadores do Matriz, que entram em sua Ilustre Igreja só para usar o banheiro.
Segundo aos vendedores de Vinho barato, que lucram com os freqüentadores do Matriz que ao encherem a cara enchem também a bexiga e por isso - pelo álcool e pela bexiga - entram na igreja só para usar o banheiro.
Depois perseguiria a todos aqueles curiosos impertinentes que vão à Seção do Descarrego só para se divertir. E, finalmente, declararia a caça à Liberdade. À todos que pregam a liberdade. E nessa provavelmente iria eu e você. Já que alguém que não acredita em "liberdade" a muito desistiu de ler esse blog. E acredite! Ele poderia nos proibir de usar saia!

[...]

E enquanto o mundo acaba aqui estou, escrevendo superficialmente sobre tudo enquanto escuto a música que sai da caixa de som ir variando. Começa com Björk e ao fim do Shhh muda para Garbage e uma vontade enorme de dançar toma conta. Contenha-se! Dançar só imitando Chamon. E toca MopTop. Los Hermanos. Strokes. Então toca Hardcore. Cacá deixará um comentário indignado ao saber que eu continuo ouvindo Finch, banda que seria melhor entendida como Emocore... Enfim Placebo.
Penso:
Eu não sou nada mais que uma contradição. Alguém que vive zoando emos, mas ouve uma banda de Emocore.

Talvez eu só esteja traumatizada. Talvez eu só seja como um Pierrot, the Clown.

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